Rogério Gentile

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Reportagem

Pós-cadeirada: Justiça não acha Datena e Marçal, e processos estão parados

Pablo Marçal e José Luiz Datena trocaram processos na Justiça após a cadeirada que marcou a eleição para prefeito de São Paulo neste ano, mas tudo está parado porque ambos não são encontrados pelos oficiais.

O episódio ocorreu no dia 15 de setembro em debate transmitido ao vivo pela TV Cultura. Durante uma discussão, Marçal chamou o então candidato do PSDB de "arregão". Transtornado, Datena pegou a cadeira da candidata Maria Helena e atingiu o adversário.

Onze dias depois, Marçal foi à Justiça cobrando uma indenização de R$ 100 mil de Datena.

Na ação, o ex-candidato do PRTB disse que a agressão resultou em "lesões físicas graves", e que teve de ser imediatamente socorrido no Hospital Sírio Libanês, onde foi "constatada uma fratura no sexto arco costal e uma lesão no punho direito".

"A agressão foi amplamente divulgada em redes sociais, sites de notícias e canais de televisão, causando constrangimento e humilhação pública ao requerente [Marçal], que, além de sofrer danos físicos, viu sua imagem pública severamente afetada", declaram à Justiça os advogados Paulo Siqueira Júnior, Tassio Botelho, Marcelo Filho e Thayna Rissatto, que o representam.

Marçal também foi processado

Datena, por sua vez, reagiu com duas ações contra Marçal.

Na primeira, ele cobra uma indenização de R$ 100 mil do ex-coach dizendo que, durante o debate na Cultura, foi chamado de "Jack", termo utilizado nas penitenciárias brasileiras para se referir a pessoas que foram condenadas por estupro.

Datena disse ainda na ação que o adversário divulgou um vídeo depois do debate repetindo a ofensa.

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"A acusação de 'estuprador' colocou em risco a vida do Datena e de sua família, pois ele está sendo considerado um estuprador de mulheres em rede nacional", afirmaram na ação os advogados de Datena, Eduardo Leite e Renata Soltanovitch.

No segundo processo, Datena cobra mais R$ 100 mil de indenização reclamando que, após o debate, durante uma live no hospital, Marçal voltou a acusá-lo de cometer crimes sexuais, bem como cometeu gordofobia ao chamá-lo de "comedor de açúcar".

Oficiais não acham os processados

Passados mais de três meses da cadeirada, no entanto, os três processos estão parados por um motivo burocrático: a Justiça ainda não conseguiu incitar Datena e Marçal a apresentarem suas defesas.

A casa apontada como o endereço de Datena está "desabitada", segundo documento anexado ao processo em outubro. Uma nova tentativa de citação, em um novo endereço, deve chegar por carta para Datena nos próximos dias.

Os oficiais de Justiça encarregados de citar Marçal, nos casos "Jack" e "gordofobia", disseram que ele se mudou do endereço que constava nos processos como sendo a sua residência. Nova tentativa deverá ser feita nas próximas semanas.

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Datena trocou a Band pelo SBT, que também pode ter Marçal

Depois do fracasso na eleição, quando ficou e quinto lugar com apenas 1,84% dos votos válidos, Datena deixou a Rede Bandeirantes e foi trabalhar no SBT, mesma emissora na qual Marçal é cotado para apresentar um programa.

O ex-coach, que obteve 28,14 % dos votos válidos, mas não conseguiu passar para o segundo turno na eleição, fez testes na emissora da família Abravanel e pode ser contratado para apresentar um programa chamado "Casas de Família".

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