Brasil e Paraguai firmam acordo para concluir pacto automotivo ainda em 2019
Assunção, 5 dez (EFE).- Brasil e Paraguai firmaram nesta quinta-feira um compromisso político para concluir antes do fim do ano as negociações sobre importações e exportações para o setor automotivo, uma discussão que ocorre fora do âmbito do Mercosul.
Apesar dos debates ocorrerem em paralelo às discussões comerciais do bloco, o documento foi assinado hoje pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pela ministra de Indústria e Comércio do Paraguai, Liz Cramer, durante a cúpula do Mercosul, realizada na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
Em comunicado, o Ministério de Indústria e Comércio do Paraguai informou que o texto do acordo inclui as diretrizes que serão seguidas nas próximas reuniões técnicas sobre o tema.
Segundo o órgão, entre essas diretrizes está o "acesso imediato" para as exportações automotivas dos dois países. O Paraguai também destacou que o texto engloba "uma série de elementos que promovem o comércio do setor e especialmente fortalece a complementariedade produtiva que existe atualmente".
No encerramento da cúpula do Mercosul hoje, o presidente Jair Bolsonaro passou para o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o comando semestral do bloco.
Para o período, o Paraguai afirmou que a adequação da indústria automotiva será uma das prioridades do país nos próximos seis meses dentro do Mercosul.
O Paraguai negocia com o Brasil um acordo para o setor desde julho, quando o governo de Bolsonaro decidiu impor uma taxa de 16% sobre a importação de peças automotivas fabricadas sob o regime de "maquila", que concede benefícios fiscais a empresas, no Paraguai.
A taxação ocorreu porque não há um acordo entre os dois países para o setor, excluído das negociações comerciais do Mercosul. O Brasil, por outro lado, têm pactos específicos já firmados com Argentina e Uruguai.
Antes de viajar para o Brasil para participar da cúpula do Mercosul, a ministra paraguaia explicou a complexidade das negociações bilaterais.
Segundo ela, estão em jogo o interesse de quatro setores no país: os das montadoras de marcas chinesas, os de importadores de veículos de segunda mão, o das empresas de venda de autopeças e das concessionárias de carros novos. EFE
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