Guterres lamenta resposta de doadores à crise humanitária no Iêmen
As Organização das Nações Unidas, que organizou hoje uma conferência virtual para buscar doações, anunciou que obteve compromissos de US$ 1,7 bilhões (R$ 9,49 bilhões), diante dos US$ 3,85 bilhões (R$ 21,49 bilhões) que tinham sido solicitados.
Guterres lamentou que a quantidade foi menor do que as prometidas nos dois últimos anos e advertiu que reduzir a ajuda significará uma "sentença de morte" para muitos iemenitas".
"Milhões de crianças, mulheres e homens no Iêmen precisam desesperadamente de ajuda para viver", afirmou o diplomata português, que afirmou ter esperanças de que o montante arrecadado tenha sido apenas uma "antecipação" de uma quantidade muito maior que virá no futuro.
O especialista em assuntos humanitários e secretário-geral do Conselho para Refugiados da Noruega, Jan Egeland, também se disse, por meio de comunicado, "profundamente decepcionado" pela resposta da comunidade internacional.
"Isso pressupõe continuar com os cortes em massa nos envios emergenciais de alimentos, água, refúgio e apoio médico. Esse déficit será medido em vidas perdidas", apontou.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU, atualmente, há cerca de 50 mil pessoas no país que estão em situação similar à fome e até 5 milhões estão em perigo iminente de chegar a este estado.
A agencia das Nações Unidas apontou nesta segunda-feira que o necessário para alimentar a população do país seria o montante de US$ 9 bilhões (R$ 50,2 bilhões), evitando assim a fome em grande escala no Iêmen, o que foi alcançado em 2018, graças ao apoio de doadores.
Para poder manter as operações até julho no país, o PMA necessita de US$ 482 milhões (R$ 2,69 bilhões), valor que será obrigado a cortar a partir de junho da assistência alimentar que dá a 1,1 milhão de filhos e mães. Para outras 5 milhões de pessoas, os cortes poderiam acontecer já em maio.
Na conferência de hoje, Guterres, inclusive, insistiu na necessidade de que seja alcançado um acordo de paz no país.
"Há anos está claro que não há uma solução militar no Iêmen. O único caminho para a paz é através de um cessar fogo imediato em todo o país e uma série de medidas de fomento da confiança, seguidas de um processo político inclusivo e liderado pelos iemenitas, sob a observação das Nações Unidas", afirmou o secretário-geral.
O conflito armado começou no país em 2015, quando rebeldes houthis pegaram em armas contra o governo do presidente Abdo Rabu Mansur Hadi e tomaram a capital iemenita, Sanaa.
Em março de 2015, a coalizão liderada pela Arábia Saudita iniciou a intervenção militar em apoio a Hadi, fazendo com que a violência aumentasse e a guerra tomasse uma dimensão regional. EFE
mvs/bg
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