Justiça deixa opositora Chamorro inelegível para eleições na Nicarágua
O Quinto Tribunal Penal Distrital de Manágua decidiu "conceder as medidas cautelares solicitadas pelo Ministério Público" contra Chamorro Barrios, acusada dos crimes de gestão abusiva, falsidade ideológica, ambos em concorrência real com lavagem de dinheiro, dinheiro, bens e ativos.
A decisão judicial contra a filha da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro (1990-1997) se baseia no artigo 35 da Lei de Prevenção, Investigação e Acusação do Crime Organizado e da Administração de Bens Apreendidos, Confiscados e Abandonados, explicou o Poder Judiciário em nota divulgada pelo governo sandinista.
O Ministério Público solicitou que Chamorro Barrios fosse desqualificada para ocupar cargos públicos. Ela é o nome da oposição com mais chances de ganhar as eleições de novembro, de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa CID Gallup.
Além disso, pediu a retenção migratória e a proibição de comparecer a certas reuniões ou locais relacionados com os eventos sob investigação, motivo pelo qual Chamorro Barrios, de acordo com a decisão do tribunal, "deve abster-se de assistir a qualquer tipo de reuniões ou atividades devido à gravidade dos crimes sob investigação".
"Cristiana María Chamorro Barrios está inabilitada para ocupar cargos institucionais e públicos porque não goza plenamente dos seus direitos civis e políticos, devido ao fato de estar em processo de investigação criminal", segundo a nota.
MANDADO DE CAPTURA E INSPEÇÃO.
A juíza Karen Chavarría Morales, que preside o Nono Tribunal Distrital Criminal de Manágua, emitiu nesta quarta-feira um mandado de busca e captura contra Chamorro Barrios, que comandou a Fundação Violeta Barrios de Chamorro até fevereiro, quando a ONG fechou.
"Uma vez detida e colocada perante a autoridade judicial, a acusada será submetida à respectiva audiência", determinou.
A polícia nicaraguense inspecionou a casa da opositora, mas ainda não há informações sobre se a candidata à presidência foi presa. A assessoria de imprensa de Chamorro Barrios confirmou à Agência Efe que os policiais estão na casa da política, no sul de Manágua.
Segundo o Ministério do Interior, a Fundação Violeta Barrios de Chamorro, dedicada à proteção e promoção da liberdade de imprensa e de expressão, "descumpriu gravemente as suas obrigações perante o Órgão Regulador, e da análise das Demonstrações Financeiras, período 2015-2019, foram obtidos claros indícios de lavagem de dinheiro", razão pela qual "o Ministério Público foi informado para (abrir) a investigação correspondente".
Para este caso, o Ministério Público chamou para depor como testemunhas cerca de 20 jornalistas, incluindo o proprietário da popular estação de rádio "La Corporación" e ex-candidato presidencial, Fabio Gadea, e a coproprietária do canal "100% Noticias" Verónica Chávez.
Outro convocado foi o escritor e ex-vice-presidente Sergio Ramírez Mercado, na qualidade de representante legal da ONG Fundação Luisa Mercado, que tinha uma relação com a Fundação Violeta Barrios de Chamorro.
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