Topo

Esse conteúdo é antigo

Presidente mexicano defende fim do bloqueio econômico a Cuba

13/07/2021 19h03

Cidade do México, 13 jul (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, reiterou nesta terça-feira que o bloqueio econômico sobre Cuba deve ser encerrado e, diante dos protestos dos últimos dias, disse não ter "informações" sobre um possível intervencionismo dos Estados Unidos.

"Consideramos que não deve haver bloqueio", disse o presidente em sua entrevista coletiva matinal no Palácio Nacional.

Ele chamou de "interessante" que nas Nações Unidas a "grande maioria" dos países votem contra o bloqueio, mas que haja nações que "pesam" e vetam o fim do bloqueio.

"Aqueles que se opõem à retirada do bloqueio devem refletir sobre isso. Porque ninguém deve ficar isolado. Ninguém deve ser cercado. Deve haver plena liberdade e não se deve agir dessa forma. Eu diria que é uma violação dos direitos humanos", afirmou.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, também pediu ontem o fim dos bloqueios econômicos que "oprimem" Cuba.

AJUDA HUMANITÁRIA

"Se não há preconceitos políticos, intervencionista, para ajudar Cuba. Também, se o exigirem, (para) respeitar o governo cubano constituído", disse López Obrador.

Ele disse que "todos temos a obrigação de ajudar o povo cubano", especialmente se estiver sofrendo com a escassez de alimentos e no setor da saúde, frisou.

"Não queremos ter protagonismo em nada. Só agimos quando for necessário e para ajudar, buscando sempre o diálogo e o não-confronto", acrescentou o presidente.

Enquanto o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, disse que em nome da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) - da qual o México detém atualmente a presidência - já conversou ontem com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

O governo dos Estados Unidos negou ontem que esteja por trás dos protestos antigovernamentais sem precedentes em Cuba, como afirmam as autoridades da ilha.

Sobre o possível envolvimento americano, López Obrador disse não ter "informações", mas ficou surpreso com o fato de a ONG Artigo 19, que luta pela liberdade de expressão e recebe apoio de agências dos EUA, ter se manifestado no domingo sobre a situação em Cuba.

Milhares de cubanos saíram às ruas ontem em várias cidades do país para protestar contra o governo gritando "liberdade!", em um dia sem precedentes que resultou em centenas de prisões e confrontos após o presidente Miguel Díaz-Canel ordenar a presença de seus apoiadores nas ruas para confrontar os manifestantes.

Este é o maior protesto contra governamental registrado em Cuba desde o chamado "Maleconazo", quando, em agosto de 1994, em plena crise econômica do chamado "Período Especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana.