Presidente do Irã afirma que hegemonia dos EUA fracassou
"O sistema hegemônico dos EUA não tem credibilidade, nem dentro nem fora do país", comentou Raisi em discurso em vídeo no qual classificou a retirada de tropas americanas do solo afegão como "derrota e fuga".
O mandatário iraniano também criticou as sanções americanas contra o Irã, ressaltando que, em um momento de pandemia, essas medidas representam um crime contra a humanidade.
De acordo com Raisi, os EUA demonstraram mais uma vez que tanto a ideia de hegemonia como a de impor "identidades ocidentais" a outros países "falharam miseravelmente".
"Hoje, os Estados Unidos não podem sair do Iraque e do Afeganistão, eles são expulsos", argumentou Raisi, insistindo que o mundo não se importa nem com "os EUA em primeiro lugar" nem com "os EUA de volta", em referência aos slogans dos governos de Donald Trump e Joe Biden, respectivamente.
Sobre o acordo nuclear de 2015, que foi quebrado após a saída dos EUA, Raisi criticou o país americano por continuar a seguir uma estratégia de "pressão máxima" em vez de retirar as sanções.
"Os EUA pensaram erroneamente que isso iria nos desesperar e devastar", analisou.
Segundo ele, depois do que aconteceu, o Irã não confia mais "nas promessas feitas pelo governo dos EUA", mas está aberto a conversas que resultem na "suspensão de todas as sanções".
Ainda nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã anunciou que as negociações para salvar o acordo nuclear serão retomadas em Viena "dentro das próximas semanas".
Estas conversas, nas quais os Estados Unidos estão indiretamente envolvidos porque abandonaram o pacto em 2018, ocorreram entre abril e junho, mas foram interrompidas devido à mudança de governo no Irã.
Embora Raisi não tenha viajado a Nova York para participar das reuniões da Assembleia Geral da ONU, o seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, viajou e se encontrará com o chefe da política externa da União Europeia (UE), que está coordenando as negociações, Josep Borrell, e com representantes de outros países do acordo.
O objectivo das negociações é que os iranianos e os americanos voltem simultaneamente ao pacto, que tem mantido o Irã sem produzir armas nucleares. No discurso desta terça-feira, Raisi insistiu que o país considera a produção de armas nucleares proibida por decretos religiosos e que esse tipo de armamento não tem lugar em sua política de defesa.
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