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Mais de 1 mil construções foram afetadas por vulcão na Espanha

02/10/2021 21h08

Santa Cruz de Tenerife (Espanha), 2 out (EFE).- A lava da erupção do vulcão Cumbre Vieja, na de La Palma, na Espanha, já afetou 1.005 edifícios, principalmente casas, das quais 885 foram destruídas, enquanto que as emissões magnéticas continuam há duas semanas.

O diretor técnico do Plano de Prevenção de Riscos Vulcânicos das Ilhas Canárias (Pevolca), Miguel Ángel Morcuende, declarou que a erupção deixou 28,3 quilômetros de estrada inutilizáveis. Entre as mais de 5,5 mil que tiveram de deixar a região, 201 estão hospedadas em um hotel enquanto as outras foram recebidas por amigos ou parentes.

O fluxo de lava que surgiu ontem dos dois novos surtos a cerca de 600 metros do cone principal atingiu o primeiro que formou a erupção vulcânica hoje.

A chefe da Vigilância Vulcânica do Instituto Geográfico Nacional da Espanha, Carmen López, detalhou que o cone principal mantém vários pontos ativos, sem descartar o aparecimento de outros. A erupção fissural continua mostrando um padrão estromboliano, com fases explosivas e efusivas simultâneas.

A fissura criada pela lava que atingiu o mar está a mais de 475 metros da costa, com uma profundidade de 30 metros e uma superfície de 27,7 hectares.

Segundo a especialista, a emissão gasosa devido ao contraste térmico entre a lava e o mar é composta de vapor de água e ácido clorídrico, e afeta apenas a zona de contato, embora ela tenha advertido que as populações próximas devem ser informadas sobre as mudanças do vento.

Em relação à nuvem de cinza e dióxido de enxofre, a técnica reconheceu que as condições meteorológicas são desfavoráveis para a qualidade do ar, e a chegada da poeira do Saara do continente africano complica a situação ao se misturar com as partículas da erupção. Entretanto, as medições mostram uma melhora nos valores atmosféricos em várias partes da ilha.

Já Morcuende informou que toda a população nessa situação foi aconselhada a deixar a ilha após um agravamento da qualidade do ar na noite passada, o que pode se repetir.

PARTÍCULAS CHEGAM A PORTUGAL.

Partículas do material expelido pelo vulcão chegaram ao arquipélago atlântico dos Açores e causaram uma redução na visibilidade, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

La Palma e Ponta Delgada, a capital dos Açores, estão a mais de 1,2 mil quilômetros de distância, mas o vento transportou partículas da erupção do vulcão, que chegaram às ilhas portuguesas sob a forma de aerossol sulfato, segundo a agência portuguesa.

Esses "aerossóis" contribuem para a dispersão da luz e causam uma redução significativa" na visibilidade, ainda segundo o IPMA, especialmente em áreas abaixo de 800 metros de altitude.

Além disso, a alta umidade contribui para o aumento do tamanho das partículas, o que resultou nas últimas horas em uma forte névoa. EFE