Sombra do Afeganistão planeia sobre assembleia da NATO em Lisboa
"A crise do Afeganistão não altera a necessidade da Europa e da América do Norte se manterem unidas na NATO", assinalou o secretário-geral da Organização, Jens Stoltenberg.
A comunidade internacional, acrescentou, deve preservar os feitos alcançados durante 20 anos de presença no Afeganistão e ajudar na saída dos afegãos em risco.
Stoltenberg disse que as novas ameaças reforçam a necessidade das alianças transatlânticas e, entre os desafios do bloco, referiu-se às "tentativas" da Rússia de "interferir" nas democracias ocidentais, o uso que a China faz do poder para "controlar o seu próprio povo", o ciberterrorismo ou as alterações climáticas.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também aludiu ao caso afegão para criticar o que considerou um "diálogo insuficiente" entre os aliados sobre a retirada, uma saída "no mínimo embaraçosa".
Na sua opinião, a NATO deve transmitir "uma mensagem forte e clara de coesão, unidade e solidariedade" e reforçar os laços entre os seus membros "melhorando a nossa informação e a nossa capacidade de previsão, em especial onde intervimos durante muito tempo, como no Afeganistão".
Já o primeiro-ministro português, António Costa, reivindicou um esforço da solidariedade entre os parceiros do Atlântico Norte e questionou as "crises de confiança" abertas no processo afegão.
"O centro de gravidade estratégico da Aliança Atlântica é a sua coesão", ressaltou, pelo que é "fundamental" que os aliados "transmitam uma mensagem de unidade".
Tanto o secretário-geral da NATO como os dirigentes portugueses apostaram por um reforço da cooperação entre a organização e a União Europeia para enfrentar desafios comuns.
"A NATO e a União Europeia não são concorrentes mas sim parceiros", afirmou Costa.
Entre os desafios da aliança, o primeiro-ministro português destacou os riscos do terrorismo no Sahel e a pirataria no Atlântico Sul e pediu estreitar vínculos com os aliados de África, América Latina e a região do Indo-Pacífico.
A reunião permitiu avançar na preparação do documento que será aprovado na próxima cimeira da NATO, prevista para os dias 29 e 30 de junho de 2022 em Madrid.
O ato de Lisboa conta com a participação de membros da organização, especialistas em defesa e legisladores dos 30 Estados-membros. Além disso, está prevista a visita da presente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que será distinguida com o Prémio Mulheres para a Paz e a Segurança. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.