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Sombra do Afeganistão planeia sobre assembleia da NATO em Lisboa

11/10/2021 15h24

Lisboa, 11 out (EFE).- A situação no Afeganistão e a saída das forças ocidentais do país protagonizou esta segunda-feira a fase final da 67ª edição da assembleia parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em Lisboa.

"A crise do Afeganistão não altera a necessidade da Europa e da América do Norte se manterem unidas na NATO", assinalou o secretário-geral da Organização, Jens Stoltenberg.

A comunidade internacional, acrescentou, deve preservar os feitos alcançados durante 20 anos de presença no Afeganistão e ajudar na saída dos afegãos em risco.

Stoltenberg disse que as novas ameaças reforçam a necessidade das alianças transatlânticas e, entre os desafios do bloco, referiu-se às "tentativas" da Rússia de "interferir" nas democracias ocidentais, o uso que a China faz do poder para "controlar o seu próprio povo", o ciberterrorismo ou as alterações climáticas.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também aludiu ao caso afegão para criticar o que considerou um "diálogo insuficiente" entre os aliados sobre a retirada, uma saída "no mínimo embaraçosa".

Na sua opinião, a NATO deve transmitir "uma mensagem forte e clara de coesão, unidade e solidariedade" e reforçar os laços entre os seus membros "melhorando a nossa informação e a nossa capacidade de previsão, em especial onde intervimos durante muito tempo, como no Afeganistão".

Já o primeiro-ministro português, António Costa, reivindicou um esforço da solidariedade entre os parceiros do Atlântico Norte e questionou as "crises de confiança" abertas no processo afegão.

"O centro de gravidade estratégico da Aliança Atlântica é a sua coesão", ressaltou, pelo que é "fundamental" que os aliados "transmitam uma mensagem de unidade".

Tanto o secretário-geral da NATO como os dirigentes portugueses apostaram por um reforço da cooperação entre a organização e a União Europeia para enfrentar desafios comuns.

"A NATO e a União Europeia não são concorrentes mas sim parceiros", afirmou Costa.

Entre os desafios da aliança, o primeiro-ministro português destacou os riscos do terrorismo no Sahel e a pirataria no Atlântico Sul e pediu estreitar vínculos com os aliados de África, América Latina e a região do Indo-Pacífico.

A reunião permitiu avançar na preparação do documento que será aprovado na próxima cimeira da NATO, prevista para os dias 29 e 30 de junho de 2022 em Madrid.

O ato de Lisboa conta com a participação de membros da organização, especialistas em defesa e legisladores dos 30 Estados-membros. Além disso, está prevista a visita da presente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que será distinguida com o Prémio Mulheres para a Paz e a Segurança. EFE