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Blinken: Rússia pode duplicar presença militar na fronteira com a Ucrânia

19/01/2022 19h41

Kiev, 19 jan (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, advertiu nesta quarta-feira que a Rússia enviou quase 100 mil soldados à fronteira com a Ucrânia e pode "duplicar" sua presença militar em "pouco tempo".

Blinken chegou hoje a Kiev como parte de uma viagem pela Europa que inclui compromissos em Berlim, na Alemanha, e uma reunião em Genebra, na Suíça, no dia 21, com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, com quem ele falou por telefone ontem para mostrar o compromisso "inabalável" de Washington com a integridade territorial da Ucrânia.

"A Rússia reuniu quase 100 mil soldados na fronteira ucraniana, (um número) que pode dobrar em um tempo relativamente curto", declarou Blinken em uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba.

As tropas russas chegaram hoje a Belarus para exercícios militares conjuntos - um sinal "preocupante", segundo Washington.

Blinken, que se encontrou antes com o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, acusou hoje a Rússia de usar todos os meios "em seu manual" para desestabilizar o país vizinho desde 2014, primeiro com a anexação da península da Crimeia, e depois com a guerra na região de Donbas.

"A agressão russa matou até agora mais de 14 mil homens, mulheres e crianças ucranianos e deixou 1,5 milhão de ucranianos desabrigados", enfatizou.

Blinken acusou Moscou de continuar a "alimentar" o conflito em Donbas, onde o Kremlin apoia as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.

Além do apoio à democracia e ao "direito à existência" da Ucrânia, Washington também pretende continuar ajudando Kiev a se "defender" com um aumento na ajuda de segurança para US$ 300 milhões até 2022.

"Temos fornecido constantemente assistência de segurança (à Ucrânia), incluindo suprimentos nas últimas semanas. Demos mais assistência de segurança à Ucrânia no último ano do que em qualquer outro momento desde 2014. Os suprimentos continuam e mais estão planejados para as próximas semanas", garantiu.

Blinken ressaltou que, "se a Rússia avançar com sua agressão para invadir a Ucrânia, forneceremos material adicional, além do que já existe".

Ele disse que a Rússia tem duas opções: buscar a diplomacia e uma solução pacífica, que seria "o melhor caminho a seguir para todos", ou enfrentar um "conflito" e "sérias consequências" sob a forma de "sanções coordenadas".

Ao chegar a Kiev, Blinken advertiu que, com os planos de colocar mais tropas na fronteira ucraniana, a Rússia tem a capacidade de atacar o país vizinho em "muito pouco tempo".

"Sabemos que há planos em andamento para aumentar ainda mais essa força em muito pouco tempo, e isso dá ao presidente (russo, Vladimir) Putin a capacidade, também em muito pouco tempo, de tomar medidas mais agressivas contra a Ucrânia", frisou.

A Rússia nega estar considerando uma invasão do país vizinho, mas prometeu tomar "medidas técnicas e militares" não especificadas se o Ocidente não desistir da adesão da Ucrânia à Otan, uma das garantias de segurança feitas por Moscou aos EUA e à aliança militar. EFE