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Não ter sobrenome era o que mais me doía; confira os destaques de Origens

O empresário Huanderson Marques Plínio da Silva participa da nova temporada de Origens. - Yasmin Velloso/UOL
O empresário Huanderson Marques Plínio da Silva participa da nova temporada de Origens. Imagem: Yasmin Velloso/UOL

do Núcleo de Diversidade

21/10/2022 09h00

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Em sua quarta temporada, o projeto Origens mergulha na reconstrução das histórias de famílias negras. Com o mote "As histórias que nos trouxeram aqui", o evento promovido por Ecoa nesta terça (18) recebeu pessoas, entre celebridades e ilustres anônimos, que contaram como buscaram respostas sobre o seu passado ou agiram para transformar, cada qual à sua maneira, seus núcleos familiares.

Sem conhecer nenhum detalhe sobre a história da família paterna, o empresário Huanderson Marques Plínio da Silva contou à apresentadora de Origens, a jornalista Semayat Oliveira, como as investigações da filha, a professora Andressa Marques da Silva, proporcionaram a ele não só conhecer o nome do pai, mas parte da família até então desconhecida.

A coisa que mais me doía era não ter um sobrenome. Quando eu vi as fotos do meu pai, eu me vi nele. Essa descoberta me completou como homem, ser humano e como pai
Huanderson Marques, empresário

Origens também recebeu Dona Selva Aparecida Gomes Moura, que foi dada para adoção quando tinha cerca de 5 anos. Eram muitas as perguntas que tinha sobre o seu passado, e que só começaram a ser respondidas após os 70 anos: convencida pela neta, a analista contábil Ingrid Gregório, ela fez um teste genético e reencontrou a família biológica.

Saber que minhas filhas não tinham tia, eu sem saber meu nome, quem era minha mãe, de onde eu vim, para onde eu ia, sem conhecer ninguém. Tinha esperança [de conhecê-los], mas sem pista nenhuma
Dona Selma Aparecida Gomes Moura

A adoção também foi tema da participação da influencer Gabi Oliveira, que realizou o sonho da maternidade ao adotar duas crianças negras. Para ela, família é aquela que se constrói todos os dias e a ideia de adoção como bondade é herança escravagista.

Origens também contou com a participação de Mc Soffia, que falou sobre a relação com a família desde que começou na carreira musical, aos 8 anos de idade; da psicóloga Reymi Solange, que falou de seus estudos sobre as crenças e valores das famílias negras; e da historiadora Lucimar Felisberto, que usou seus conhecimentos para elaborar a árvore genealógica da própria família.

O evento de Ecoa também recebeu, direto da Califórnia (EUA), a advogada Flávia Floyd, que migrou para os EUA, onde viveu um tempo como imigrante ilegal e, hoje ajuda famílias de celebridades a imigrarem para o país. Além disso, o evento contou com as apresentações especiais da poeta e compositora Bell Puã e a humorista e apresentadora dos programas Splash Show e Otalab, do UOL, Yas Fiorelo.

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ARTE NEGRA... Grande Otelo tem atuação marcante no teatro, no cinema e na música. Mas não só! Ele também atuou na luta contra a discriminação e o racismo no Brasil. Na data de seu nascimento, 18 de outubro, Ecoa conversou com o jornalista Dimas de Oliveira, que está produzindo um documentário sobre o artista.

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NO LAZER... A dentista Perla Spozito curtia um dia de praia em Macaé (RJ) quando foi vítima de injúria racial. Ao tentar utilizar o banheiro de um quiosque, o dono do comércio a chamou de "neguinha". "Me senti humilhada", disse.

EM CASA... O humorista Eddy Jr. deixou temporariamente o condomínio onde vive na Barra Funda, bairro da zona oeste de São Paulo. Ele sofreu ameaças após divulgar em suas redes sociais ofensas racistas de uma vizinha.

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SEXUALIDADE... Uma das mulheres negras mais influentes do Brasil, a cantora Iza falou sobre sexo, masturbação e orientação sexual durante sua participação no podcast "Quem Pode, Pod", com Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme. Iza também disse ser uma pessoa "demissexual". Splash explicou o que o isso significa.

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DANDO A LETRA

Os historiadores Ana Flávia Magalhães, Carlos da Silva, Fernanda Oliveira, Mariléa de Almeida e Patrícia Alves-Melo são autores da coluna Presença Histórica, do UOL. - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A trajetória de Dalzira Maria Aparecida, mulher negra que em setembro, aos 81 anos, defendeu seu doutorado em Educação na Universidade Federal do Paraná (UFPR), expressa as consequências históricas da negação do direito
Mariléa de Almeida, colunista do UOL

Em Presença Histórica, Mariléa de Almeida fala sobre a presença da população negra e pobre nas cadeiras do ensino superior.

Em Universa, Ana Paula Xongani dá dicas de 5 marcas de moda para conhecer no Maranhão e Cris Guterres diz que a frase de Bolsonaro de "pintou um clima" a fez lembrar do trauma de um abuso que sofreu durante a infância.

Não acho que o bolsonarismo chegou agora porque, na verdade, ele sempre esteve lá incubado dentro das pessoas, esperando o momento de se manifestar de maneiro mais escancarada
Jeferson Tenório, colunista do UOL

Em Notícias, Jeferson Tenório diz que as pessoas preconceituosas e machistas de sua adolescência se tornaram, em grande maioria, bolsonaristas. Na opinião do colunista, o bolsonarismo deu voz a um tipo de ódio que já existia na sociedade.

Em Esporte, Rodolfo Rodrigues repercute a final da Copa do Brasil e conta que o Flamengo é o time brasileiro com mais títulos no século 21.

Em Ecoa, Eduardo Carvalho conversa com o escritor Geovani Martins, nascido em Bangu, Zona Oeste do Rio e morador da favela da Rocinha. Geovani é autor de "O Sol na Cabeça", que traz uma perspectiva renovada sobre o morro.

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PEGA A VISÃO

Zezé Motta debate a herança do Brasil que veio de África em Origens - Passos que Vêm de Longe - Júlio César / UOL - Júlio César / UOL
Imagem: Júlio César / UOL

Quando eu me aceitei e desisti de operar o nariz, parei com aquele delírio de lente de contato verde e assumi meu cabelo. Foi um renascimento. Imagina passar 24 horas querendo ser outra pessoa e, de repente, você se aceitar. É um alívio enorme
Zézé Motta

Apesar de ter mais de cinco décadas de carreira e quase cem papéis no teatro e na TV, essa é a primeira vez que Zezé Motta é convidada para ser estrela de comercial como garota-propaganda. A atriz conversa com o Universa sobre vida, carreira e aceitação da estética negra.

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SELO PLURAL

O ginecologista e obstetra Edison Fedrizzi retornou as aulas revoltou alunos - Reprodução/UFSC - Reprodução/UFSC
Imagem: Reprodução/UFSC

Uma reportagem do Portal Catrinas conta que o Conselho Federal de Medicina cassou a licença do exercício profissional do ginecologista e obstetra Edison Fedrizzi, condenado por violação sexual pelo TJ-SC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). Segundo as vítimas, Fedrizzi tocava as partes íntimas das pacientes e falava sobre orgasmo durante a realização de exames ginecológicos. Além de médico, ele ministrava disciplinas sobre saúde da mulher na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).