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Ainda em erupção, vulcão Calbuco causa cancelamento de voos no Chile e na Argentina

STRINGER
Imagem: STRINGER

Em Santiago

23/04/2015 11h43

SANTIAGO (Reuters) - Localizado no sul chileno, o vulcão Calbuco, que entrou em erupção subitamente, ainda estava lançando cinzas nesta quinta-feira, forçando o cancelamento de voos de cidades próximas tanto no Chile quanto na vizinha Argentina.

O vulcão, que teve uma grande erupção pela última vez em 1961, entrou em atividade na quarta-feira e emitiu uma coluna impressionante de cinzas e fumaça a quase 20 quilômetros de altura perto de Puerto Varas, que fica cerca de mil quilômetros ao sul da capital, Santiago.

Até esta quinta-feira, mais de 4 mil pessoas haviam sido retiradas das imediações, disseram as autoridades, e os serviços de emergência estão concentrando os esforços na pequena cidade de Ensenada, cerca de 15 quilômetros distante do vulcão. Um montanhista que estava perto do cume quando a erupção ocorreu está desaparecido.

Voos foram cancelados em Puerto Montt, cidade chilena próxima, já que as cinzas vulcânicas podem danificar as aeronaves e tornar os voos arriscados. Pouco além da fronteira, em Bariloche, na Argentina, também houve cancelamento de voos e as aulas foram suspensas.

Calbuco fica cerca de 90 quilômetros ao sul do vulcão Puyehue, cuja erupção em 2011 lançou cinzas a uma grande altura na atmosfera, levando ao cancelamento de voos em lugares tão distantes quanto a Austrália.

Perto do solo, os fluxos piroclásticos são um perigo em potencial, alertaram especialistas.

“A atividade atual tem potencial de criar fluxos piroclásticos, que são correntes de alta velocidade de cinzas e ar quente que se lançam ao solo”, explicou David Rothery, professor de Geociência Planetária da Universidade Aberta da Grã-Bretanha.

“Eles são mortíferos, e a zona de evacuação de 20 quilômetros de raio que foi declarada é uma precaução sábia.”

Nuvens espessas obscureciam a vista do vulcão nesta quinta-feira, mas especialistas avisaram que a erupção pode durar algum tempo.

(Por Rosalba O'Brien e Antonio de la Jara)