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Dissidentes acusam Cuba de "limpeza social" para visita do papa

Daniel Trotta

Em Havana

18/09/2015 21h47

Um grupo de direitos humanos dissidente acusou nesta sexta-feira (18) o governo cubano de "limpeza social" antes de uma visita de três noites do papa Francisco, afirmando que a polícia retirou milhares de mendigos e moradores de rua em três cidades onde o papa vai passar.

As autoridades cubanas não fizeram comentários sobre a atividade policial.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional manifestou sua "profunda indignação e preocupação" com a operação policial que ocorre, segundo a entidade, em Havana, Holguín e Santiago, onde o papa visitará a partir de sábado (19).

"De acordo com nossas estimativas, isso resultou na internação de milhares de mendigos, pedintes, doentes mentais e outros andarilhos vulneráveis, a maioria deles sem-teto", disse a comissão em um comunicado, dizendo que a operação foi realizada com a aprovação das mais altas autoridades de Cuba.

"Essa 'limpeza social' pretende removê-los do alcance de peregrinos, jornalistas estrangeiros e outros visitantes" que virão para ver o papa, acrescentou o comunicado.

O paradeiro das pessoas era desconhecido, disse a comissão. O grupo pediu publicamente ao papa Francisco para intervir e buscar a libertação dessas pessoas.