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Petrobras poderá voltar a fazer concursos públicos regularmente em 2 anos

26/10/2016 15h20

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras deverá voltar a realizar concursos públicos para a contratação de funcionários dentro dos próximos dois anos, quando a força de trabalho irá atingir cerca de 50 mil funcionários próprios, ante os 63 mil em um passado recente, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Recursos Humanos, SMS e Serviços, Hugo Repsold.

As contratações, segundo o executivo, serão necessárias a partir da entrada de novos sistemas para a produção do petróleo do pré-sal.

"A gente vai continuar sempre tendo gente se aposentando e a gente vai ter sempre unidades novas entrando, então, a tendência gradual da Petrobras é voltar a fazer concurso público, processo de seleção pública, regularmente", afirmou Repsold, nos bastidores da Rio Oil & Gas.

Recentemente a companhia realizou grandes planos de demissão voluntária, em meio a uma crise financeira, que levou também a petroleira a lançar um plano bilionário de venda de ativos.

Nos últimos meses, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, chegou a afirmar que novos planos de demissão voluntária poderiam ser lançados.

O Repsold explicou que, no primeiro trimestre do próximo ano, a Petrobras vai lançar um planejamento para a força de trabalho, resultante do novo Plano de Negócios e Gestão da empresa.

"Se tudo correr bem, acho que no ano que vem a gente já deve voltar a contratar pessoas de forma regular."

AMEAÇA DE GREVE

O diretor explicou que a empresa está empenhada em melhorar a comunicação com funcionários e sindicatos e que a gestão da companhia vai se esforçar ao máximo para chegar a um consenso sobre o acordo coletivo de trabalho deste ano e evitar uma greve.

A alta cúpula da empresa tem enviado cartas aos funcionários assinadas com o primeiro nome e respondido questionamentos de empregados na rede interna da empresa, tudo com o objetivo de explicar medidas adotadas pela companhia e evitar uma possível greve que impacte os resultados da empresa.

Sindicatos falam em uma guerra ideológica e questionam as iniciativas.

"Antigamente, eles (os sindicatos) monopolizaram essa comunicação com os funcionários, o que foi também uma fragilidade na gestão, e agora a gente está recuperando o espaço, se comunicando, explicando, tendo transparência, daquilo que é papel da gestão, sem interferir naquilo que é papel do sindicato", afirmou.

(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)