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Rússia diz que governo e oposição sírios estão em contato

27/12/2016 19h19

MOSCOU/BEIRUTE (Reuters) - O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, foi citado nesta terça-feira dizendo que o governo da Síria estava consultando a oposição antes de um possível diálogo de paz, mas um grupo de oposição apoiado pelos sauditas disse que não tinha nenhum conhecimento sobre as negociações.

Lavrov não disse onde as consultas ocorriam ou que grupos de oposição participavam.

A Rússia, o Irã e a Turquia afirmaram na semana passada que estavam prontos para mediar um acordo de paz, depois de eles terem se reunido em Moscou e adotado uma declaração estabelecendo os princípios para um acordo.

Preparativos para as negociações, que não incluiriam os Estados Unidos e seriam distintas do diálogo intermitente mediado pelas Nações Unidas, estão pouco claros, mas Moscou diz que elas ocorreriam no Cazaquistão, um aliado próximo.

"Durante a recente reunião em Moscou com os meus colegas do Irã e da Turquia nós aprovamos uma declaração conjunta na qual confirmamos que estamos prontos para garantir um acordo futuro entre o governo sírio e a oposição”, afirmou Lavrov em entrevista à agência de notícias Interfax.

"Negociações sobre isso estão ocorrendo”, afirmou ele. A Interfax disse que ele estava se referindo ao diálogo entre a oposição e o governo sírio.

O Comitê de Altas Negociações, uma organização que junta oposição armada e política ao presidente Bashar al-Assad, disse que não tinha conhecimento sobre as consultas.

"Nós, no Comitê de Altas Negociações, certamente não temos conexão com esse assunto”, disse à Reuters George Sabra, integrante do commitê.

O comitê inclui grupos armados lutando contra Assad sob a denominação de Exército Sírio Livre. Ele participou da tentativa fracassada de lançar negociações de paz neste ano. O comitê foi estabelecido na Arábia Saudita, com apoio de Riad, em dezembro de 2015.

O Ministério do Exterior russo declarou mais tarde que Lavrov havia discutido um plano de paz para a Síria com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, por telefone nesta terça-feira, sem entrar em detalhes.

(Por Andrew Osborn e Tom Perry)