Trump retira EUA de acordo Transpacífico e reduz laços com Ásia
Por Roberta Rampton e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira decreto que retira formalmente os EUA do acordo comercial Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), distanciando o país de seus aliados asiáticos num momento em que a influência da China na região aumenta.
Cumprindo uma promessa de campanha para acabar com o envolvimento norte-americano com o pacto de 2015, Trump assinou decreto no Salão Oval da Casa Branca, retirando os Estados Unidos do pacto de 12 nações.
"Grande coisa para o trabalhador americano", disse Trump ao assinar o decreto em seu terceiro dia completo no cargo. O republicano afirma que o acordo comercial prejudicaria a indústria norte-americana.
O acordo, apoiado em massa pelo setor empresarial dos EUA, foi negociado pelo governo do ex-presidente Barack Obama, mas nunca aprovado pelo Congresso. Era o principal pilar econômico do governo Obama para a região Ásia-Pacífico para combater a China.
Trump despertou preocupações no Japão e em outras partes da Ásia-Pacífico com sua oposição ao TPP e suas demandas de campanha para que aliados dos EUA pagassem mais por sua segurança.
Harry Kazianis, diretor de Estudos de Defesa do Centro para o Interesse Nacional em Washington, disse que Trump deve agora encontrar uma maneira alternativa de tranquilizar aliados na Ásia.
"Isso pode incluir vários acordos bilaterais de comércio. Japão, Taiwan e o Vietnã devem ser abordados primeiro, uma vez que são fundamentais para qualquer nova estratégia na Ásia que o presidente Trump for adotar", afirmou ele.
LÍDERES EMPRESARIAIS DOS EUA
O novo presidente também se encontrou com uma dezena de empresários norte-americanos na Casa Branca nesta segunda-feira, prometendo reduzir as regulações e diminuir impostos corporativos, mas os alertou que vai tomar medidas sobre acordos comerciais que considera injustos.
Trump, que tomou posse na sexta-feira, prometeu trazer fábricas de volta para os Estados Unidos --uma questão que, segundo ele, o ajudou a ganhar as eleições de 8 de novembro. O presidente não hesitou em nomear companhias que ele acha que deveriam trazer a produção de volta para o país.
Ele disse que as empresas que optarem por transferir as fábricas para fora dos EUA vão pagar um preço. "Vamos impor um imposto de fronteira muito forte sobre o produto quando chegar", disse Trump.
O presidente pediu ao grupo de executivos de empresas como Ford, Dell Technologies, Tesla e outros para fazer recomendações em 30 dias para estimular a produção, disse o CEO da Dow Chemical, Andrew Liveris, a jornalistas.
Liveris afirmou que os CEOs discutiram "um pouco" o imposto de fronteira com Trump, explicando "os tipos de indústrias que podem ser ajudados ou prejudicados por isso".
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