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Polícia faz prisões em Manchester e Trípoli em busca de cúmplices de autor de ataque

24/05/2017 18h16

Por Michael Holden e Andy Bruce

MANCHESTER, Inglaterra (Reuters) - A polícia realizou prisões em Manchester e Trípoli nesta quarta-feira, conforme a investigação sobre um homem-bomba que matou 22 pessoas em um show repleto de jovens focava em rastrear uma rede de cúmplices que as autoridades temem poder atacar novamente.

A polícia de Manchester efetuou cinco novas prisões e realizou buscas em um endereço no centro da cidade. Uma fonte disse que investigadores britânicos estavam buscando por qualquer pessoa que possa ter ajudado a montar a bomba e que possa estar pronta para matar novamente.

“Eu acho que está muito claro que isto é uma rede que estamos investigando”, disse o chefe da polícia Ian Hopkins, do lado de fora da sede da polícia de Manchester.

“E como eu havia dito, continua no ritmo. Há investigações extensas sendo feitas e atividade ocorrendo por Manchester à medida em que conversamos.”

Nascido no Reino Unido, Salman Abedi, de 22 anos, se explodiu na noite de segunda-feira na Manchester Arena no final da apresentação da cantora pop norte-americana Ariana Grande, que atraiu milhares de crianças e jovens.

A polícia de Trípoli prendeu o pai e um irmão de Abedi. Um porta-voz da unidade local antiterrorismo disse que o irmão mais novo, Hashem Abedi, foi preso por suspeitas de ligação com o Estado Islâmico e é suspeito de planejar realizar um ataque na capital líbia.

Um homem preso na terça-feira foi relatado pela mídia britânica e norte-americana como outro irmão de Abedi.

Anteriormente, a ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, disse que o homem-bomba havia recentemente voltado da Líbia. O ministro do Interior francês, Gerard Collomb, disse que ele possuía ligações com o Estado Islâmico e provavelmente visitou a Síria.

Rudd também criticou autoridades norte-americanas por vazarem detalhes sobre a investigação do ataque em Manchester antes que autoridades britânicas estivessem prontas para ir à público. O New York Times posteriormente publicou fotografias detalhadas dos possíveis restos da bomba.

O ataque a bomba em Manchester levantou preocupações pela Europa. Cidades incluindo Paris, Nice, Bruxelas, São Petersburgo, Berlim e Londres sofreram ataques militantes nos últimos dois anos.

As 22 vítimas em Manchester incluíam uma menina de oito anos, diversas adolescentes, um homem de 28 anos e um casal polonês que havia ido buscar as filhas.

O nível oficial de ameaça terrorista do Reino Unido foi elevado para “crítico”, o mais alto, na terça-feira, significando que um ataque pode ser iminente.

Mas, a somente pouco mais de duas semanas até a eleição nacional, os conservadores da primeira-ministra Theresa May e partidos políticos disseram que irão retomar campanhas nos próximos dias.

O ataque a bomba em Manchester foi o mais mortal no Reino Unido desde julho de 2005, quando quatro homens-bombas muçulmanos britânicos mataram 52 pessoas em ataques coordenados na rede de transportes de Londres.

Rudd disse que até 3.800 soldados podem ser enviados para as ruas do Reino Unido, assumindo deveres de guarda para liberar policiais para focarem em patrulhas e na investigação. Um envio inicial de 984 foi ordenado, primeiro em Londres e depois outros locais.

Soldados foram vistos nas Câmaras do Parlamento, na residência de May em Downing Street e na sede da polícia de Londres.

Uma fonte próxima à investigação sobre o ataque disse à Reuters que o foco é determinar se Abedi recebeu ajuda para montar a bomba e onde foi feita.

(Reportagem adicional de Guy Faulconbridge, Costas Pitas, Kate Holton,  Kylie MacLellan e Paul Sandle)