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Forças Armadas entram na Rocinha e ficarão na favela por tempo indeterminado

22/09/2017 20h05

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As Forças Armadas entraram na tarde desta sexta-feira na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, depois de chegarem ao local usando veículos blindados e helicópteros, na primeira vez que os militares ingressaram em uma favela desde a criação de uma força-tarefa entre forças estaduais e tropas federais.

De acordo com as autoridades, os militares ficarão por tempo indeterminado na Rocinha, que mais cedo nesta sexta foi palco de confrontos e tiroteios que levaram ao bloqueio de ruas e geraram pânico entre a população. [nL2N1M31AI]

"As Forças vão continuar para dar apoio para estabilizar o local. Hoje entramos porque a topografia exigia, porque lá tem mata densa, área urbana e vielas", disse a jornalistas o chefe do Estado Maior conjunto, almirante Roberto Rossatto, ao ressaltar que as Forças Armadas estudam dar apoio em outras comunidades da cidade, caso haja solicitação do governo estadual.

As tropas federais vão ficar na Rocinha por tempo indeterminado e as autoridades acreditam que estão perto do esconderijo de traficantes da Rocinha. Há informações de feridos nos confrontos desta sexta.

Outras ações criminosas ocorreram em diversos pontos da cidade deixando moradores em pânico e alimentando uma onda de medo e boatos.

"Não foram ações orquestradas, até porque ocorreram em comunidades de facções diferentes", disse o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá.

"O Rio não está em guerra, mas tem um violência urbana difícil... não estamos em guerra, mas a polícia enfrenta armas de guerra", acrescentou.

Em meio a esse clima tenso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu a saída de Sá do cargo nesta sexta. O Palácio Guanabara emitiu nota defendendo o trabalho do secretário.

"É um presidente de um Poder que a gente deve respeitar, assim como dos senhores, porque temos opinião sobre futebol, religião e economia e política, mas não vou comentar. O cargo é do governador e vou ficar enquanto ele achar que devo permanecer", disse Sá.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)