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Aliado de Merkel pede que sociais-democratas cogitem nova "grande coalizão" na Alemanha

23/11/2017 11h21

Por Michael Nienaber

BERLIM (Reuters) - O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) deveria reconsiderar sua oposição a uma nova "grande coalizão" com os conservadores da chanceler Angela Merkel, porque a Europa precisa de um governo estável em Berlim, disse um aliado importante da chanceler nesta quinta-feira.

A Alemanha enfrenta a pior crise política de sua história moderna desde que os esforços de Merkel de formar uma coalizão tripartite com o pró-empresariado Partido Democratas Livres (FDP) e os Verdes fracassou no final de semana, despertando nos europeus o temor de um vácuo de liderança prolongado na potência econômica do continente.

O SPD governava ao lado de Merkel como parte de uma grande coalizão desde 2013, mas disse querer ir para a oposição depois de sofrer seu pior resultado eleitoral do pós-guerra na votação de 24 de setembro.

Mas, agora membros da sigla estão pedindo que seu líder, Martin Schulz, reconsidere a posição, uma opinião defendida nesta quinta-feira por Volker Kauder, líder dos parlamentares conservadores de Merkel na câmara baixa do Parlamento.

"É do meu desejo que os parceiros atuais do governo de coalizão consigam se unir novamente", disse Kauder ao jornal regional Suedwest Presse, referindo-se ao SPD e aos conservadores.

Schulz deve se encontrar com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, um ex-parlamentar do SPD e ex-ministro das Relações Exteriores, nesta quinta-feira. Steinmeier está tentando facilitar a formação de um governo de coalizão e evitar novas eleições.

Depois Schulz deve consultar autoridades de primeiro escalão do partido na sede do SPD em Berlim. Mudar de opinião e voltar a trabalhar com os conservadores de Merkel exigiria uma troca de liderança no SPD -- um resultado improvável, no mínimo, antes de uma conferência partidária entre 7 e 9 de dezembro.

Kauder disse que o país precisa de um governo que ofereça uma liderança à Europa.

"A Europa está esperando uma Alemanha capaz de agir de forma que finalmente consiga responder as questões abordadas pelo presidente francês (Emmanuel) Macron. O país economicamente mais forte da Europa não pode se mostrar um anão político", afirmou, em referência aos clamores de Macron por reformais fiscais para fortalecer a zona do euro.