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Autoridades da Indonésia mantêm aeroporto de Bali fechado devido a cinza vulcânica

28/11/2017 09h04

Por Kanupriya Kapoor e Slamet Kurniawan

KARANGASEM, Indonésia (Reuters) - A Indonésia estendeu o fechamento do aeroporto de Bali nesta terça-feira por causa da cinza vulcânica que se alastrou pela ilha, impedindo a movimentação de milhares de turistas, e as autoridades tentam convencer os moradores de vilarejos a abandonarem suas casas próximas do vulcão em erupção.

"As pistas das aeronaves estão cobertas de cinza vulcânica", disse o Ministério do Transporte em um comunicado, citando autoridades da navegação aérea.

O aeroporto de Bali, que fica a cerca de 60 quilômetros do vulcão do Monte Agung, ficará fechado até as 7h da quarta-feira, informou a pasta.

A frustração no segundo aeroporto mais movimentado do país começa a se fazer sentir, já que estimadas duas mil pessoas estão tentando conseguir ressarcimentos e reagendar voos.

"Há milhares de pessoas sem rumo aqui no aeroporto", disse Nitin Sheth, turista da Índia.

"Elas têm que ir a algum outro aeroporto e estão tentando fazê-lo, mas o governo ou as autoridades aqui não estão ajudando."

Outras pessoas estavam mais relaxadas.

"Não, não há muita informação... muito pouca. (Mas) está tudo bem. Estamos de férias, então não importa. Não sabemos o que vai acontecer, mas podemos voltar ao bar e tomar mais um drinque", disse Matthew Radix, de Perth.

Dez aeroportos alternativos foram preparados para as empresas aéreas redirecionarem voos de chegada, inclusive em províncias vizinhas, disse a operadora do aeroporto, acrescentando que está ajudando as pessoas a fazerem agendamentos alternativos e oferecendo alimentação e entretenimento para os viajantes impossibilitados de partir.

O aeroporto da ilha Lombok, ao leste de Bali, foi reaberto, informaram as autoridades, já que o vento estava soprando as cinzas para o oeste, na direção do litoral sul da ilha de Java.

O Agung se ergue majestosamente a 3 mil metros de altura sobre o leste de Bali. Sua última erupção ocorreu em 1963, matou mais de mil pessoas e devastou vários vilarejos ao expelir material piroclástico, cinzas quentes, lava e lama vulcânica.

Mas nesta terça-feira a vida transcorreu quase normalmente nos vilarejos ao redor do Agung. Alguns moradores que fugiram em setembro, quando o alerta foi elevado a seu maior nível pela última vez, voltaram para casa, apesar dos avisos do governo.