Índia expressa revolta com tratamento dado pelo Paquistão a familiares de condenado à morte
NOVA DÉLI (Reuters) - A Índia criticou o Paquistão nesta terça-feira pela maneira como o país lidou com a visita da esposa e da mãe de um indiano no corredor da morte, dizendo que elas foram assediadas e impedidas de conversar livremente com o prisioneiro.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores paquistanês não respondeu a pedidos de comentário sobre a questão.
Kulbhushan Sudhir Jadhav, ex-membro da Marinha indiana, foi preso em março de 2016 na província paquistanesa do Baluquistão, palco de um conflito antigo entre forças de segurança e separatistas, e foi condenado por planejar espionagem e sabotagem.
Sua esposa e sua mãe receberam permissão para conversar com ele através de uma janela de vidro na segunda-feira, oito meses depois de ele ser condenado à morte, mas esse gesto de boa vontade parece ter degenerado em animosidade rapidamente. O porta-voz da chancelaria indiana, Raveesh Kumar, disse que as familiares de Jadhav foram sujeitas a assédio quando chegaram para visitá-lo. "A imprensa paquistanesa teve permissão, em múltiplas ocasiões, de abordar familiares de perto, assediar e intimidá-los e fazer acusações falsas e tendenciosas contra (Shri) Jadhav", disse Kumar em um comunicado. Os laços entre os vizinhos nuclearizados esfriaram muito e o caso de Jadhav atiçou tensões de longa data, já que os dois lados se acusam de apoiar a violência na fronteira mútua. A Índia sustenta que Jadhav é inocente e obteve um mandado de segurança do Tribunal Penal Internacional para adiar sua execução, argumentando que ele não teve acesso a assistência diplomática durante seu julgamento em uma corte militar. Autoridades do Paquistão dizem que Jadhav confessou ter sido encarregado pelo serviço de inteligência da Índia de planejar, coordenar e organizar atividades de espionagem e sabotagem "visando desestabilizar e guerrear contra o Paquistão".
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