Apoio a novo mandato de Merkel diminui às vésperas de conversas sobre coalizão
BERLIM (Reuters) - Se Angela Merkel voltar a ser chanceler da Alemanha, quase metade dos eleitores gostaria que ela renunciasse logo, de acordo com uma pesquisa que indicou um sinal raro de que o apoio interno à líder mais influente da Europa pode estar minguando.
Os conservadores de Merkel venceram uma eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo, mas perderam apoio para a extrema-direita, e as conversas com os Verdes e com o pró-mercado Partido Democratas Livres da Alemanha (FDP, na sigla em alemão) para a formação de uma coalizão tripartite fracassaram em novembro.
Agora Merkel está depositando suas esperanças em um acordo com o Partido Social-Democrata (SPD) de centro-esquerda, que ficou em segundo na eleição, mas até agora não expressou entusiasmo com a ideia de renovar a 'grande coalizão' que governou o país entre 2013 e 2017.
A pesquisa YouGov, encomendada pela agência alemã DPA e publicada na edição desta quarta-feira do jornal Die Welt, mostrou que 47 por cento dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021, quando seu quarto mandato terminaria – mais do que os 36 por cento de uma sondagem realizada no início de outubro.
Em contraste, 36 por cento prefere que ela cumpra os quatro anos – eram 44 por cento três meses atrás.
O SPD, que perdeu terreno entre os eleitores depois de formar a coalizão com Merkel, vem relutando em se comprometer com uma reedição da aliança, já que sua base partidária deve continuar cética.
Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores alemão e ex-líder do SPD, adotou uma postura rígida nesta quarta-feira no diário de grande vendagem Bild.
"Se a chancelaria continuar a rejeitar todas as propostas de reforma da UE (União Europeia), não haverá coalizão com o SPD".
O atual líder dos Social-Democratas, Martin Schulz, defende uma reforma da zona do euro e pediu a criação dos Estados Unidos da Europa até 2025.
Gabriel também disse que os conservadores precisam reformar o sistema de saúde para diminuir a diferença entre a saúde particular e a pública.
Uma pesquisa da empresa INSA publicada no Bild mostra um crescimento de dois pontos para os conservadores de Merkel, que chegaram a 33 por cento das preferências, e o SPD recuando meio ponto e ficando com 20,5 por cento.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que capitalizou os temores do eleitorado a respeito da desigualdade crescente e o impacto da crise imigratório europeia na Alemanha e estreou no Parlamento em setembro, perdeu um ponto e apareceu com 13 por cento.(Por Madeline Chambers)
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