Trump classifica como "vergonhosa" decisão de secretário de Justiça sobre inquérito de abusos de vigilância
Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar nesta quarta-feira seu secretário de Justiça, Jeff Sessions, classificando de "vergonhosa" sua decisão de ordenar que o inspetor-geral do Departamento de Justiça, e não procuradores, investigue supostos abusos de vigilância.
Trump atacou Sessions no Twitter por atribuir o inquérito de possíveis abusos de vigilância do governo ao inspetor-geral, Michael Horowitz, e não a procuradores.
Sessions rebateu Trump horas depois em uma nota defendendo sua decisão de encaminhar a questão a Horowitz, e comprometeu-se a "desempenhar meus deveres com integridade e honra".
Parlamentares republicanos criticaram a postura do presidente, apontando que Trump viola o princípio segundo o qual o Departamento de Justiça e o Judiciário devem ser independentes da Casa Branca.
"Por que Sessions pediu ao inspetor-geral que investigue grandes abusos da Fisa?", indagou Trump, referindo-se à Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa), que regulamenta o monitoramento governamental das comunicações de supostos agentes estrangeiros.
"Demorará uma eternidade, não tem poder processual e já está atrasado com os relatórios de (ex-diretor do FBI James) Comey", continuou Trump. "Será que o secretário de Justiça é da turma do Obama? Por que não usar advogados do Departamento de Justiça? Vergonhoso".
Horowitz tomou posse no cargo em abril de 2012, durante o governo do ex-presidente Barack Obama.
Trump violou o princípio de preservar a independência judicial e processual várias vezes, por exemplo ao prometer investigar sua adversária presidencial de 2016, Hillary Clinton, e ao criticar decisões dos tribunais a respeito de sua política imigratória.
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