Polícia de Israel interroga Netanyahu em caso de corrupção nas telecomunicações
Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - A polícia israelense interrogou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, nesta sexta-feira, pela primeira vez, devido a um caso de corrupção que envolve a Bezeq, a maior empresa de telecomunicações de Israel, noticiou a Rádio Israel.
Este e mais dois outros casos de corrupção, nos quais Netanyahu é suspeito de ter recebido propina, representam uma ameaça séria à sobrevivência política do premiê, hoje em seu quarto mandato.
Netanyahu nega qualquer irregularidade em todos os casos.
Na investigação mais recente, conhecida como Caso 4000, a polícia alega que os proprietários da Bezeq Israel Telecom deram uma cobertura favorável a Netanyahu e sua mulher em um site de notícias que controlam em troca de favores da agência reguladora de comunicações.
O porta-voz da polícia não quis comentar. Um cinegrafista da Reuters viu um veículo com dois policiais entrar na residência oficial do premiê na manhã desta sexta-feira.
A Rádio Israel disse que Sara, esposa de Netanyahu, estava prestando depoimento em uma delegacia próxima de Tel Aviv ao mesmo tempo.
O acionista majoritário da Bezeq Telecom, Shaul Elovitch, está atualmente sob custódia policial, assim como um ex-porta-voz de Netanyahu. Eles negam qualquer irregularidade.
O amigo de Netanyahu e ex-diretor-geral do Ministério das Comunicações Shlomo Filber também foi preso por sua ligação com o caso, e concordou em se tornar testemunha do Estado, segundo a mídia israelense.
Netanyahu, figura predominante da política de Israel há uma geração --no poder desde 2009 e há 12 anos no total desde 1996-- qualifica as alegações contra si de "caça às bruxas", e disse que buscará um quinto mandato em uma eleição nacional programada para o final de 2019.
Em fevereiro, a polícia recomendou que Netanyahu seja indiciado em duas outras investigações de corrupção. Cabe ao Procurador-Geral determinar se aceita a recomendação policial de acusá-lo, e a decisão final sobre os dois casos pode demorar meses.
(Reportagem adicional de Sinan Abu Maizer)
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