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União Europeia impõe sanções contra vice-presidente e outras autoridades da Venezuela

24.mai.2018 - Vice-presidente Delcy Rodríguez ao lado de Nícolas Maduro - REUTERS/Marco Bello
24.mai.2018 - Vice-presidente Delcy Rodríguez ao lado de Nícolas Maduro Imagem: REUTERS/Marco Bello

Robin Emmott

Em Luxemburgo

25/06/2018 13h11

A União Europeia impôs, nesta segunda-feira, sanções econômicas contra 11 importantes autoridades da Venezuela em protesto pela reeleição do presidente Nicolás Maduro em uma votação que o bloco considerou não ter sido livre ou justa e pelas supostas violações de direitos humanos de seu governo.

As novas proibições de viagem e congelamento de bens, noticiadas pela Reuters em maio, seguem medidas da UE contra sete outras autoridades da Venezuela.

As sanções não atingem Maduro diretamente, porque a União Europeia tenta pressionar aqueles ao seu redor primeiro.

Os alvos das sanções incluem o ministro da Indústria da Venezuela e ex-vice-presidente do país Tareck El Aissami, já alvo de sanções dos Estados Unidos por tráfico de drogas.

A União Europeia disse que ele é "responsável por sérias violações de direitos humanos... incluindo prisão arbitrária, investigações politicamente motivadas, tratamento desumano e degradante e tortura".

O bloco também impôs sanções contra Delcy Rodríguez, que assumiu como vice-presidente do país quando Maduro reestruturou seu gabinete após sua amplamente criticada reeleição em maio.

Delcy Rodríguez foi presidente da Assembleia Constituinte pró-governo, que opositores dizem ter sido criada por Maduro no ano passado para passar por cima da Assembleia Nacional, controlada pela oposição. Ela também já foi ministra de Relações Exteriores da Venezuela.

A União Europeia disse que Delcy Rodríguez minou a democracia na Venezuela. Outros alvos incluem ministros e a vice-procuradora-geral da Venezuela, Katherine Harrington, também já atingida por sanções dos Estados Unidos.

O governo Maduro criticou as novas sanções, que acusou de infringir a lei internacional ao violar a soberania da Venezuela e acusou a União Europeia de "subordinação flagrante" ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"A União Europeia está atacando a paz política na Venezuela ao se envolver em questões internas", disse o governo em comunicado.

(Reportagem adicional de Angus Berwick em Caracas)