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Vale e BHP fecham acordo definitivo com Ministério Público sobre desastre de Mariana

Rompimento de barragem causou a o maior desastre ambiental da história do país - Neno Vianna/EFE
Rompimento de barragem causou a o maior desastre ambiental da história do país Imagem: Neno Vianna/EFE

Marta Nogueira e Marcelo Teixeira

Em São Paulo e Rio

03/10/2018 08h37

Procuradores do Ministério Público do Estado de Minas Gerais anunciaram na noite de terça-feira (2) que fecharam um acordo final de indenização com as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton sobre o rompimento de uma barragem em 2015 no município mineiro de Mariana.

De acordo com os procuradores, o acordo viabilizará o início do pagamento de indenizações aos familiares das 19 pessoas que morreram na tragédia, assim como para as pessoas que perderam suas casas e outras propriedades no pior desastre ambiental da história do país, que poluiu o rio Doce até o mar capixaba.

Não foram divulgados os detalhes financeiros do acordo, mas o procurador que lidera os trabalhos do Ministério Público vai conceder uma entrevista coletiva nesta quarta-feira para discutir o acordo.

"O acordo atende pedido dos atingidos de Mariana/MG, que não concordavam com os termos de indenização aplicados no restante da bacia do Rio Doce pelas empresas", disse o Ministério Público em nota.

Um outro acordo, assinado em 25 de junho entre a Samarco, suas acionistas e as autoridades, extinguiu uma ação de R$ 20 bilhões movida contra as companhias. 

Enquanto as empresas acertam as reparações, a Samarco se movimenta para retomar as atividades na mineradora.

Na semana passada, a Samarco informou que começaria nesta semana as obras de preparação da Cava Alegria Sul, no Complexo de Germano, situado em Mariana e Ouro Preto, no que seria um primeiro passo no processo para a companhia voltar a operar no futuro.

Essas obras permitirão que a Samarco implemente um novo sistema de disposição de rejeitos, uma alternativa a barragens como a que se rompeu em Mariana há três anos.

A previsão da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP Billiton, é de que as intervenções na cava durem cerca de dez meses, atingindo, no pico das obras, cerca de 750 empregados diretos e indiretos.

Em agosto, um representante da BHP disse ver pouca probabilidade de a mineradora retomar as operações no próximo ano, embora espere obter todas licenças exigidas. 

Não foi possível obter um comentário imediato da Samarco ou das empresas sobre o acordo.