Há 12 anos no poder, Maduro toma posse hoje na Venezuela pela terceira vez

Em meio a diversas contestações, tanto internas quanto externas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, irá tomar posse para o seu terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira (10). Representantes de alguns países devem estar presentes na cerimônia.

O que aconteceu

Nicolás Maduro e sua vice, Delcy Rodríguez, irão tomar posse nesta sexta-feira (10). Cerimônia deve começar ao meio-dia (13h em Brasília) e vai acontecer no Parlamento, onde o governo tem maioria absoluta.

Um grande esquema de segurança foi montado para a posse. As Forças Armadas foram mobilizadas para as ruas de Caracas, para garantir que a cerimônia acontecesse.

Maduro está na presidência desde 2013, após a morte de Hugo Chávez. Ele assume, agora, o terceiro mandato, até 2031.

Governo Lula disse que irá enviar sua embaixadora em Caracas, Gilvania de Oliveira, para a cerimônia. O governo mexicano também havia afirmado que iria enviar um representante.

Oposição foi às ruas nesta quinta-feira (9) para protestar contra um novo mandato de Maduro. Eles afirmam que houve fraude nas eleições de 28 de julho e reivindicam a vitória de Edmundo González Urrutia.

María Corina Machado, opositora do governo, saiu da clandestinidade para liderar o protesto. Machado chegou em uma caminhonete na concentração no bairro comercial de Chacao, em Caracas. A oposição denunciou que ela foi presa após ser "violentamente interceptada" ao deixar a manifestação, confirmaram fontes à AFP. Ela foi solta posteriormente, segundo o movimento.

Edmundo González afirmou em entrevista na última semana que estaria presente para a cerimônia. O opositor havia dito que iria "tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram". Entretanto, o governo de Maduro oferece um prêmio de US$ 100 mil para quem o entregar. A alegação é de que González planeja "um golpe de estado" com o apoio dos Estados Unidos.

Eleição sob suspeita

Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos não reconhecem a reeleição do presidente esquerdista. Governo venezuelano não apresentou as atas com os resultados da eleição, o que levantou suspeitas sobre a fraude. Nações cobram o detalhamento da contagem dos votos.

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Segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Maduro foi eleito com 52% dos votos. Entretanto, a oposição alega que González obteve mais de 67% dos votos.

Manifestações após o processo eleitoral deixaram 28 mortos e 200 feridos. 2400 pessoas foram presas, sob a alegação de terrorismo.

O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória no pleito de julho, visitou diversos países, buscando apoio internacional. Ele visitou Argentina, Uruguai e Estados Unidos. González também tentou apoio do governo, mas sem sucesso.

Na quarta-feira (8), o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que os opositores tentariam realizar a posse de González em uma embaixada venezuelana no exterior. "Como o senhor [Edmundo González] não pode vir aqui, ou não quer vir aqui, vão se reunir cinco criminosos na sede de uma embaixada estrangeira e lá vão juramentar Edmundo porque ele está em território venezuelano", disse Cabello.

Nos últimos dias, o governo de Maduro realizou diversas prisões de opositores, o que despertou preocupação na ONU. "É hora de fazer esforços para acalmar as tensões e reduzir o risco de mais violência. O diálogo é essencial", escreveu Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, na rede social X.

* Com informações de AFP, Agência Brasil e RFI

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