Topo

FBI confirma envio de pacote suspeito a bilionário que pediu impeachment de Trump

O bilionário democrata Tom Steyer discursa em Nova York  - AFP/DREW ANGERER
O bilionário democrata Tom Steyer discursa em Nova York Imagem: AFP/DREW ANGERER

Por Lisa Lambert e Makini Brice*

02/11/2018 18h36

O FBI anunciou nesta sexta-feira (2) ter recuperado um pacote suspeito endereçado ao bilionário californiano Tom Steyer, um democrata conhecido por seus anúncios pedindo o impeachment do presidente republicano Donald Trump, exatamente uma semana após as autoridades federais terem detido César Sayoc por enviar cartas-bomba para os críticos de Trump.

Leia também:

O FBI disse no Twitter que recuperou o pacote na noite de quinta-feira. "O FBI confirmou que um pacote foi recuperado ontem à noite na Califórnia, aparentemente similar aos outros, e que tinha sido enviado a Tom Steyer", disse a organização na rede social.

Na sexta-feira passada, o escritório de Steyer disse que um pacote endereçado a ele havia sido encontrado em uma agência dos correios fora de San Francisco. O milionário e filantropo já tinha sido o destinatário de outro pacote suspeito

Outros casos

O primeiro dos 16 pacotes-bomba da série de casos foi enviado ao doador da campanha democrata George Soros no dia 22 de setembro, uma segunda-feira. Desde então, o casal Clinton, o ex-presidente Barack Obama, a rede CNN, o ator Robert de Niro, entre outros, já receberam ou tiveram conteúdos suspeitos interceptados.

A Secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, disse que a Flórida parecia ser o ponto de partida para pelo menos alguns dos carregamentos de bombas.

“Alguns dos pacotes foram enviados pelo correio. Eles se originaram, alguns deles, da Flórida”, disse ela durante uma entrevista com o Fox News Channel na quinta-feira. "Estou confiante de que essa pessoa ou pessoas serão levadas à justiça."

As autoridades chamaram as bombas de encomendas de um ato de terrorismo. Eles foram enviados menos de duas semanas antes das eleições nacionais que poderiam alterar o equilíbrio de poder em Washington.

Trump responsabiliza a mídia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou na quinta-feira redes de comunicação por provocarem raiva e retórica de ódio contra políticos. "Uma parte muito grande da raiva que vemos hoje na nossa sociedade é causada pelas reportagens propositalmente falsas e incorretas da mídia tradicional, às quais eu me refiro como 'fake news'", escreveu Trump em publicação no Twitter.

"Ficou tão ruim e odioso que não há descrição. A mídia tradicional precisa limpar seu comportamento, rápido".

Em pronunciamento nesta quarta, após os primeiros pacotes serem encontrados, Trump pediu unidade aos dois lados da política americana. No mesmo dia, em um evento de campanha em Wisconsin, ele elogiou a si mesmo, dizendo que estava se comportando muito bem após o ocorrido.

Alvos são democratas e críticos de Trump

Alvos de pacotes-bomba nos EUA - AFP - AFP
Robert De Niro, Barack Obama, Hillary Clinton George Soros (em cima, da esq. para dir); Joe Biden, Debbie Schultz, John Brennan, Maxine Waters (em baixo, da esq. para dir)
Imagem: AFP

Todos os destinatários dos pacotes suspeitos são políticos democratas ou personalidades mal vistas por críticos de direita nos EUA, como a ex-candidata à presidência Hillary Clinton e o ex-procurador-geral de Obama Erick Holder.

O ex-diretor da CIA John Brennan, o doador do Partido Democrata George Soros e a deputada da Califórnia Maxine Walters costumam fazer críticas explícitas a Trump.

Durante a campanha eleitoral de 2016, De Niro afirmou que o então candidato republicano era "descaradamente estúpido", "completamente louco" e "idiota". Em junho, o ator de 75 anos foi aplaudido de pé durante a cerimônia de Tony Awards ao criticar o presidente.

*Com EFE