Mueller repreende Flynn dizendo que ele sabia que não devia mentir ao FBI
WASHINGTON (Reuters) - Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, sabia que não deveria ter mentido para o FBI, disseram procuradores dos Estados Unidos nesta sexta-feira.
A reprimenda do promotor especial Robert Mueller aconteceu depois que os advogados de Flynn argumentaram que a falta de um aviso explícito antes de um interrogatório com agentes do FBI em janeiro de 2017 deveria ser um fator atenuante em relação à sua condenação na terça-feira.
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"Um assessor de Segurança Nacional, ex-diretor de uma agência de inteligência, tenente general reformado, e veterano com 33 anos de forças armadas sabe que não pode mentir para agentes federais", disse a procuradoria de Mueller em uma decisão.
"Ele não precisa ser avisado de que é um crime mentir para agentes federais para saber a importância de se dizer a verdade".
Flynn se declarou culpado em dezembro de 2017 por mentir aos agentes do FBI sobre suas conversas com o então embaixador da Rússia, Sergei Kislyak, e tem colaborado com a investigação de Mueller sobre a influência da Rússia nas eleições de 2016.
O depoimento ao FBI aconteceu em 24 de janeiro de 2017, pouco depois da posse de Trump.
Trump nega que tenha havido colaboração entre sua campanha presidencial e a Rússia, e rotulou a investigação de Mueller como uma "caça às bruxas". A Rússia nega ter interferido nas eleições, contrariando as conclusões da Agências de Inteligência dos Estados Unidos.
(Reportagem de Sarah N. Lynch, David Alexander e Nathan Layne)