Tribunal do Paquistão condena Nawaz Sharif a sete anos de prisão por corrupção
Por Saad Sayeed
ISLAMABAD (Reuters) - Uma corte paquistanesa determinou a prisão, nesta segunda-feira, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif por sete anos, por acusações de corrupção num processo que ele diz ter motivações políticas.
Na sentença, o tribunal responsável afirmou que Sharif, ex-primeiro-ministro por três mandatos, não conseguiu provar a fonte dos recursos que o levaram a se tornar proprietário de uma siderúrgica na Arábia Saudita.
Sharif foi condenado em julho a 10 anos de prisão pelo mesmo tribunal, depois de a Suprema Corte o ter afastado do cargo, sob acusações relativas à compra de apartamentos de luxo em Londres. Em setembro, ele obteve o direito de recorrer em liberdade nesse caso.
Apoiadores de Sharif afirmaram que ele irá recorrer novamente.
“A apelação é nosso direito, vamos protestar, mas vamos nos manter pacíficos”, disse o ex-primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi, que sucedeu Sharif no ano passado, a jornalistas do lado de fora do tribunal, em Islamabad.
Sharif foi afastado do cargo e considerado inapto a exercer a função pela Suprema Corte em julho de 2017, tendo sua prisão ordenada no início deste ano. Ele foi efetivamente preso em 13 de julho, após voltar de Londres.
Nesta segunda, o tribunal que julgou Sharif deliberou sobre duas acusações ligadas ao patrimônio do ex-primeiro-ministro: a propriedade da siderúrgica Al-Azizia, na Arábia Saudita, iniciada por seu pai em 2001; e a empresa Flagship Investments, criada por seu filho, Hasan Nawaz, e dona de imóveis de luxo no Reino Unido.
Sharif foi considerado culpado da primeira acusação, relacionada aos detalhes de como sua família obteve o controle da siderúrgica. Ele foi absolvido da segunda acusação.
Sharif nega as acusações, que diz terem motivação política. Ele acusou os militares e os tribunais de conspirarem para encerrar sua carreira política e desestabilizar o partido Liga Muçulmana do Paquistão.
Antes um favorito dos poderosos generais paquistaneses, Sharif depois entrou em conflito com os militares.
Os militares negam exercer qualquer influência sobre o julgamento de Sharif. Antes do veredito, centenas de apoiadores de Sharif entraram em confronto com a polícia em frente ao tribunal.
(Reportagem adicional de Syed Raza Hasan)
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