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ONU diz que saída de Houthis de cidade do Iêmen deve respeitar acordo de Estocolmo

30/12/2018 15h20

DUBAI (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu com bons olhos neste domingo o início da retirada das forças Houthi da cidade portuária de Hodeidah, no Iêmen, mas disse que o movimento deve ser verificado de forma independente para garantir que esteja seguindo o acordo de cessar-fogo de Estocolmo.

No sábado, o grupo, que está alinhado com o Irã, disse que começou a deixar o porto da cidade no Mar Vermelho como parte de um cessar-fogo mediado pela ONU e assinado na Suécia este mês entre ele e o governo iemenita, que é apoiado pelos sauditas.

O grupo disse que seus combatentes estavam se retirando conforme o especificado no acordo, entregando o controle a unidades locais da guarda costeira iemenita que estavam encarregadas de proteger o porto antes da guerra.

Mas a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que interveio no Iêmen em 2015 para restaurar o presidente Abd-Rabu Mansour Hadi, rejeitou a medida, pois teme que a guarda costeira possa permanecer leal ao governo de Sanaa, controlado pelos Houthis, após a retirada.

"Qualquer retirada só é credível se todas as partes e as Nações Unidas estiverem observando e verificando que tudo está em conformidade com o Acordo de Estocolmo", afirmou a ONU em comunicado.

As Nações Unidas disseram na sexta-feira que ambas as partes concordaram em abrir corredores humanitários, começando com a estrada costeira entre Hodeidah e a capital Sanaa, que é tomada pelos Houthis.

No entanto, a ONU disse na declaração deste domingo que a abertura do corredor ainda não aconteceu. O general reformado holandês Patrick Cammaert, chefe de uma equipe da ONU encarregada de monitorar o cessar-fogo, "expressou sua decepção" em uma reunião com os Houthis no porto de Hodeidah no sábado.