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Jovem ativista, esposa de Guaidó emerge no cenário político e visita Trump no Salão Oval

27.mar.2019 - Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe Fabiana Rosales, esposa de Juan Guaidó, no Salão Oval da Casa Branca - Saul Loeb/AFP
27.mar.2019 - Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe Fabiana Rosales, esposa de Juan Guaidó, no Salão Oval da Casa Branca Imagem: Saul Loeb/AFP

Luc Cohen e Roberta Rampton

29/03/2019 16h32

Pouco mais de dois meses depois de emergir da obscuridade em sua Venezuela natal, a ativista política Fabiana Rosales se sentou ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma cadeira amarela do Salão Oval normalmente reservada a chefes de Estado em visita.

Fabiana é esposa de Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional de maioria opositora que invocou a Constituição para assumir uma presidência interina em janeiro. Enquanto ela angariava apoio na Casa Branca, Guaidó pedia protestos contra um blecaute de abrangência nacional, o segundo a atingir o país rico em petróleo em um mês.

Um dia antes, agressores atiraram pedras e tentaram entrar no carro de Guaidó no centro de Caracas, segundo uma testemunha da Reuters.

Autoridades do governo do presidente Nicolás Maduro iniciaram investigações criminais contra Guaidó - reconhecido pelos EUA e pela maioria dos países ocidentais como o líder legítimo da Venezuela.

"O que eles não sabem é que, quando fazem isso, o que estão fazendo é nos empurrando para frente", disse Fabiana na Casa Branca. "Não descansaremos. Estamos aqui para salvar vidas e devolver a liberdade".

Há tempos espiões e grupos armados pró-governo seguem Fabiana e o marido, que têm uma filha de quase dois anos chamada Miranda Eugenia, contou a ativista de 26 anos à Reuters durante uma viagem ao Peru.

"Ela passou por muita coisa, digamos assim", disse Trump em comentários traduzidos para o espanhol, ao que Fabiana assentiu e sorriu. Na quinta-feira ela viajou a Palm Beach, na Flórida, para se encontrar com a primeira-dama dos EUA, Melania Trump, no resort Mar-a-Lago, de Trump.

Fabiana, que nasceu na cidade andina de Mérida e estava na escola primária quando o antecessor e mentor de Maduro, Hugo Chávez, foi eleito em 1998, se envolveu na política volátil da Venezuela muito jovem.

Quando estudava jornalismo em uma universidade de Zulia, Estado do oeste do país, ela se tornou ativista do partido opositor Vontade Popular, ao qual tanto Guaidó quanto o destacado ex-prefeito Leopoldo López, hoje em prisão domiciliar, pertencem.

Mais tarde ela trabalhou como secretária de imprensa de um conselho municipal de seu Estado natal, e depois ocupou um cargo semelhante em um distrito de Caracas.

"Decidi deixar o medo de lado, decidi lutar pelo meu país", disse Fabiana durante uma entrevista em Lima. "A maior herança que posso deixar para minha filha é um país livre".

*Reportagem adicional de Mitra Taj em Lima