Itália injeta dinheiro na economia atingida pelo coronavírus; número de mortos passa dos 2 mil
Por Giuseppe Fonte e Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - A Itália aprovou um pacote de 25 bilhões de euros de medidas nesta segunda-feira para ajudar sua fragilizada economia a sobreviver o massacre do coronavírus enquanto passava de 2 mil o número de mortos no país europeu mais afetado pela pandemia.
O decreto estabelece um colchão de segurança para famílias e empresas que enfrentam dificuldades depois que o governo ordenou na semana passada um isolamento draconiano para todo o país para conter a propagação do vírus.
"É um pacote econômico pesado. Nós nunca pensamos que poderíamos enfrentar essa inundação com esfregões e baldes", disse o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, em entrevista coletiva.
Ressaltando o desafio enfrentado pela Itália, a agência de Proteção Civil afirmou que o número de mortos havia subido em 349 pessoas nas últimas 24 horas, para o total de 2.158, um aumento de 19%.
No entanto, oferecendo um raio de possível esperança, o número de novos casos subiu apenas 13% para 27.980 --a taxa de crescimento mais lenta desde o início da epidemia no dia 21 de fevereiro.
"Esperemos que seja o início de uma reversão na tendência. Estou dizendo isso num sussurro, isso poderia ser o início da reversão de uma tendência", disse Attilio Fontana, governador da rica região da Lombardia, no norte do país, e que sofre o pior impacto da doença na Itália.
Autoridades locais em uma das cidades mais atingidas, Bergamo, tinha dificuldades para lidar com as altas nos números de fatalidades. Carros funerários passavam o dia inteiro pelos cemitérios, enquanto o crematório local operava sem parar.
Os necrotérios em hospitais e cemitérios estavam cheios, o que significava que os caixões agora estavam sendo organizados em uma igreja da cidade.
Em uma iniciativa para desacelerar a propagação do vírus, o governo fechou restaurantes, eventos esportivos e a maior parte das lojas por todo o país, pedindo que os italianos ficassem em casa.
Buscando prevenir que pessoas se dirijam à ilha da Sicília, que possui menos de 1% do número total de casos do vírus no país, o governo local cortou quase todos os meios de transporte com a Itália continental.
Analistas dizem que a crise irá mergulhar a Itália em sua quarta recessão em apenas 12 anos e afetará os balanços de empresas. A bolsa de Milão perdeu mais 6% na segunda-feira, totalizando perdas de 40% nas últimas três semanas.
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