Índia prorroga maior isolamento do mundo após superar 10 mil casos de coronavírus
Por Sanjeev Miglani
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia prorrogou nesta terça-feira um isolamento de âmbito nacional para seus 1,3 bilhão de habitantes até 3 de maio, e seu primeiro-ministro alertou para os sacrifícios econômicos para salvar vidas agora que o número de casos do coronavírus no país ultrapassou 10 mil.
Revisões descendentes agudas das previsões de crescimento econômico na esteira da pandemia apontam para níveis alarmantes de desemprego, mas o premiê Narendra Modi fez um apelo para que os indianos mantenham a disciplina exibida nas três primeiras semanas do isolamento.
"Isso significa que, até 3 de maio, cada um de nós terá que permanecer em isolamento", disse Modi em um pronunciamento televisionado à nação.
"Somente de um ponto de vista econômico, sem dúvida parece custoso neste momento; mas tendo por medida as vidas dos cidadãos indianos, nem sequer existe comparação."
Modi falou quando os dados mais recentes do governo mostravam que o número de pessoas infectadas com o coronavírus na Índia chegou a 10.363, e as mortes a 339.
Embora os números sejam pequenos quando comparados aos de nações ocidentais duramente atingidas, especialistas de saúde temem que isso se deva à escala pequena dos exames na Índia e que os níveis de infecção verdadeiros sejam muito maiores.
Sem conjuntos de exames e equipamento de proteção para os profissionais médicos, o país só examinou 137 pessoas de cada milhão de seus habitantes – na Itália foram 15.935 por milhão e nos Estados Unidos 8.138 por milhão.
Especialistas de saúde alertaram que um contágio generalizado poderia ser desastroso em um país em que milhões moram em favelas densas e o sistema de saúde está sobrecarregado.
Até agora, mais de três quartos dos casos indianos estão concentrados em cerca de 80 dos mais de 700 distritos do país, incluindo as duas maiores cidades, Nova Délhi e Mumbai.
Desde que Modi impôs o isolamento, no final de março, o índice de desemprego quase dobrou e chegou a cerca de 14,5%, de acordo com dados compilados pelo Centro de Monitoramento da Economia Indiana (CMIE), uma entidade de pesquisas sediada em Mumbai.
O isolamento provocou um êxodo de milhões de trabalhadores de pequenas indústrias, como têxteis e couro, e indústrias de serviços, como varejo, turismo, construção e outros setores de áreas urbanas, para seus vilarejos.
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