TSE determina a rede social GETTR que suspenda monetização de canais bolsonaristas
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Felipe Salomão, determinou nesta quarta-feira a suspensão da monetização pela rede social de extrema direita GETTR aos mesmos canais bolsonaristas que já haviam sido alvo da mesma determinação para outras redes sociais.
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A decisão do ministro atende uma solicitação da Polícia Federal, que investiga a disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro.
Salomão destacou que é possível verificar que todas os canais que tiveram a monetização suspensa por Facebook, Twitter, YouTube e Instagram, também por determinação do TSE, estão hoje na GETTR. "Penso que as mesmas disposições devem valer para a nova plataforma GETTR", afirmou o ministro em sua decisão.
Entre os bolsonaristas que tiveram os pagamentos bloqueados estão os canais de Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Fernando Lisboa da Conceição e o Jornal da Cidade Online, entre 23 canais de 12 pessoas. A decisão determina a imediata suspensão do pagamento por publicidade veiculada nos canais e também o pagamento por lives. A rede deve ainda informar os valores já arrecadados pelos canais e depositá-los em juízo.
A decisão também determina que as plataformas bloqueiem o uso de algoritmos que indiquem aos usuários outros canais e vídeos de conteúdo político que ataquem o sistema eleitoral brasileiro, da mesma forma que foi feito com as demais redes sociais.
Criada pelo norte-americano Jason Miller, ex-assessor de Donald Trump, como forma de colocar de novo o ex-presidente nas redes --Trump foi banido das demais plataformas--, e pelo brasileiro Gerald Almeida Brant, a GETTR foi lançada no início de julho e rapidamente atraiu as redes bolsonaristas.
Miller e Brant chegaram a ser detidos na terça-feira no aeroporto de Brasília, quando se preparavam para voltar aos Estados Unidos, para serem interrogados pela PF por determinação da mesma decisão do TSE. Ambos foram liberados em seguida e retornaram aos EUA. Eles estavam no Brasil para participar do CPAC, fórum de extrema-direita organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.