Apresentação de relatório da CPI da Covid é adiada e fica sem data definida
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu adiar a apresentação do relatório dos trabalhos da comissão, prevista inicialmente para a próxima sexta-feira (24), para que seja possível incluir informações dos dados da busca e apreensão realizada na semana passada em endereços da empresa Precisa Medicamentos.
A assessoria do senador disse hoje que ainda não há uma nova data para apresentação do relatório, mas o mais provável é que aconteça na primeira semana de outubro.
O adiamento foi acordado ontem em uma reunião entre o grupo de senadores independentes da comissão. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já defendiam o adiamento, mas Renan acreditava ainda ser possível apresentá-lo na sexta-feira.
No entanto, a chegada de novas informações sobre a Precisa deve levar à necessidade de novos depoimentos, tanto de pessoas da empresa como do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que deve ser ouvido amanhã, o que convenceu o relator a adiar a apresentação.
O relatório de Renan está praticamente pronto, mas devem ser incluídas novas informações sobre os casos da Precisa, que tentou vender a vacina indiana contra covid-19 Covaxin para o governo federal em negociações consideradas suspeitas, e sobre o plano de saúde Prevent Senior.
Denúncias de funcionários apontam que a empresa fez testes de usos de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina e a ivermectina, em pacientes idosos com covid-19 e escondeu mortes nos resultados.
O suposto estudo da Prevent Senior foi propagandeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e apoiadores apoiadores como uma prova de que o "tratamento precoce" funcionava.
Hoje, os senadores do chamado grupo independente e de oposição se reúnem com mais um grupo de juristas para analisar possibilidades de indiciamento e tipos penais que devem ser sugeridos no relatório da CPI
No relatório, Renan incluirá o pedido de indiciamento de Bolsonaro por prevaricação, por não ter pedido investigação ao receber a informação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) de negociações irregulares na compra da Covaxin.