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Bolsonaro reclama do STF e diz que sugestões das Forças Armadas para eleição não serão descartadas

Lisandra Paraguassu

19/05/2022 12h15Atualizada em 19/05/2022 18h35

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar do Supremo Tribunal Federal e do sistema eleitoral do país nesta quinta-feira e afirmou que as sugestões apresentadas pelas Forças Armadas para acompanhamento da apuração das eleições deste ano "não serão jogadas no lixo".

"O voto é a alma da democracia. Ele tem que ser contado publicamente e auditado. Não serão duas ou três pessoas que vão bater no peito e dizer 'eu mando, vai ser assim e quem agir diferente eu vou caçar registro e vou prender.' Isso não é democracia", disse Bolsonaro em um evento no Rio de Janeiro.

"As Forças Armadas, das quais sou chefe supremo, foram convidadas a participar do processo eleitoral. Não vão ser jogadas no lixo as observações, as sugestões das Forças Armadas. Não podemos enfrentar o sistema eleitoral onde paire a sombra da suspeição. Há uma democracia que é o voto contado", continuou.

Apesar das falas do presidente, o processo eletrônico de votação e a apuração dos votos é auditável e a totalização dos votos ocorre de forma pública, em tempo real.

Bolsonaro voltou a subir o tom contra o Tribunal Superior Eleitoral, reafirmar as denúncias infundadas de possível fraude nas urnas eletrônicas e atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito de milícias digitais na Suprema Corte, em que o presidente e vários apoiadores são investigados. Moraes também será o presidente do TSE durante as eleições.

Na última segunda-feira, Bolsonaro entrou com uma notícia-crime contra Moraes no próprio STF, acusando o ministro de abuso de autoridade. A ação foi arquivada no dia seguinte pelo ministro Dias Toffoli, que alegou não haver indicativo de crime no pedido.

Na sequência, Bolsonaro pediu à Procuradoria Geral da República que investigasse Moraes pelo mesmo suposto crime. No entanto, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, o pedido também não irá prosperar na PGR.

Em sua fala, o presidente voltou a dizer que é perseguido pelo STF e que há "interferências explícitas do Poder Judiciário" em seu governo.

"Mais da metade do meu tempo eu passo me defendendo de interferências indevidas do STF. É triste isso daí", afirmou.