Após 'câncer das gangues', presidente de El Salvador promete 'remédio' para economia
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, tomou posse neste sábado para um segundo mandato prometendo curar as "doenças" do país, prescrevendo seu remédio para consertar a economia, após seu tratamento bem-sucedido para curar o "câncer das gangues" durante seu primeiro mandato de cinco anos no cargo.
O ex-gerente de casa noturna, de 42 anos, foi reeleito com uma vitória esmagadora, com mais de 80% dos votos, em fevereiro, após uma decisão judicial que abriu caminho para sua reeleição, embora a constituição do país a proíba.
"A sociedade salvadorenha ainda está doente, mas não tem mais câncer", disse Bukele à multidão na varanda do Palácio Nacional, na capital, San Salvador. O câncer referia-se a gangues criminosas que outrora fizeram do país um dos mais perigosos do mundo para se viver, mas que foram controladas por prisões em massa durante a sua liderança.
"Agora que resolvemos o que é mais urgente, que era a segurança, vamos concentrar-nos nos problemas importantes, começando pela economia", disse o presidente que enfrenta novos desafios para rejuvenescer uma economia estagnada e combater a pobreza. Bukele acrescentou que sua "receita está funcionando".
A cerimônia de posse de sábado ocorreu em meio a preocupações de segurança, depois que a polícia disse ter frustrado uma ameaça de bomba.
Sete pessoas foram presas por conspirar para detonar explosivos em locais de todo o país, disse a polícia na quinta-feira, acrescentando que os suspeitos faziam parte da chamada Brigada da Insurreição Salvadorenha.
Entre os participantes da cerimônia estavam o presidente libertário da Argentina, Javier Milei, e Donald Trump Jr, filho do ex-presidente dos EUA Donald Trump que chegou a El Salvador na sexta-feira. Seu pai se tornou no início desta semana o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado por um crime.
Bukele, que é descendente de palestinos, foi reeleito em fevereiro, depois de conquistar enorme popularidade em seu primeiro mandato por transformar a segurança no país de 6,3 milhões de habitantes.
Com bairros mais seguros, a preocupação pública voltou-se agora para a economia, que provavelmente será o maior desafio de Bukele no seu segundo mandato. Mais de um quarto dos salvadorenhos vive na pobreza e o desemprego está a aumentar.