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Candidatos franceses desistem para tentar barrar extrema-direita

02/07/2024 09h24

Por Sudip Kar-Gupta e Dominique Vidalon

PARIS (Reuters) - Oponentes do partido francês Reunião Nacional (RN) intensificaram sua tentativa de impedir o partido de extrema-direita de chegar ao poder, nesta terça-feira, quando mais candidatos disseram que não participarão do segundo turno das eleições deste fim de semana para evitar a divisão do voto anti-RN.

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Mais de 180 candidatos confirmaram que não participarão do segundo turno de domingo para o Parlamento nacional da França, com 577 assentos, de acordo com estimativas da mídia local. Outros têm até 18h (13h de Brasília) para fazer sua escolha.

O partido de Marine Le Pen saiu bem à frente no primeiro turno da votação, no último domingo, depois que a aposta do presidente Emmanuel Macron em uma eleição antecipada saiu pela culatra, deixando seu campo de centro em um modesto terceiro lugar, atrás de uma aliança de esquerda formada às pressas.

Mas, mesmo antes das manobras das últimas 24 horas para criar uma "frente republicana" para bloquear o partido eurocético e anti-imigração, estava longe de ser claro que o RN poderia conquistar os 289 assentos necessários para a maioria.

As pesquisas de opinião calcularam que o primeiro turno colocava o RN no caminho para algo entre 250 e 300 assentos. Mas isso foi antes das desistências táticas e dos apelos de todos os partidos para que os eleitores apoiassem o candidato que estivesse em melhor posição para derrotar o rival local do RN.

"A partida ainda não terminou", disse a prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, à France 2. "Precisamos mobilizar todas as nossas forças."

O RN é hostil a uma maior integração da União Europeia e cortaria o financiamento da UE. Grupos de direitos humanos levantaram preocupações sobre como suas políticas de "França em primeiro lugar" e antimigrantes se aplicariam às minorias étnicas, enquanto os economistas questionam se seus planos de gastos pesados são totalmente financiados.

Os mercados financeiros subiram na segunda-feira com o alívio de que a extrema-direita não teve um desempenho melhor, mas a reação foi silenciada pelo fato de que um Parlamento suspenso também arriscaria a paralisação das políticas pelo resto da Presidência de Macron até 2027.

"FRENTE REPUBLICANA"

Houve uma confusão inicial sobre a possibilidade de os aliados de Macron se retirarem das disputas locais em favor de candidatos rivais mais bem posicionados, caso fossem do partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon.

No entanto, Macron disse na segunda-feira em uma reunião a portas fechadas de ministros no Palácio do Eliseu que a prioridade máxima era barrar o RN do poder e que os candidatos do LFI poderiam ser endossados, se necessário.

A "frente republicana" já funcionou antes, como em 2002, quando eleitores de todos os campos se uniram a Jacques Chirac para derrotar o pai de Le Pen, Jean-Marie, em uma disputa presidencial.

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