Trump diz que tinha "todo o direito" de interferir na eleição de 2020
Por Jasper Ward
WASHINGTON (Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que enfrenta acusações federais e estaduais por supostamente ter tentado reverter sua derrota na eleição de 2020 para o presidente Joe Biden, insiste que tinha "todo o direito" de interferir no pleito.
"Quem já ouviu falar que você é indiciado por interferir em uma eleição presidencial em que você tem todo o direito de fazer isso?", disse Trump em uma entrevista à Fox News que foi ao ar no domingo.
Um indiciamento federal acusa Trump de fraude contra os Estados Unidos ao impedir o Congresso de certificar a vitória de Biden e privar os eleitores de seu direito a uma eleição justa.
Ele enfrentou uma acusação federal revista no mês passado, acusando-o de tentar ilegalmente reverter sua derrota eleitoral em 2020.
Apoiadores de Trump invadiram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, numa tentativa infrutífera de impedir o Congresso de certificar os resultados das eleições de 2020, após semanas de falsas alegações de Trump de que tinha ganho.
Ele também enfrenta acusações semelhantes no Condado de Fulton, no Estado da Geórgia, onde também foi acusado de extorsão, um delito que é usado para atingir membros de grupos do crime organizado e acarreta uma pena de até 20 anos de prisão.
Esse caso, que está suspenso enquanto um tribunal estadual de apelações pondera o papel da promotora, tem origem em um telefonema de 2 de janeiro de 2021, no qual Trump pediu à principal autoridade eleitoral da Geórgia, Brad Raffensperger, que "encontrasse" votos suficientes para reverter sua derrota apertada no Estado. Raffensperger se recusou a fazer isso.
Trump, que é o atual candidato republicano à Presidência, não disse se aceitaria incondicionalmente os resultados da eleição de 5 de novembro se sua rival democrata, Kamala Harris, vencer.
Num comunicado nesta segunda-feira, a campanha de Kamala disse que os comentários de Trump à Fox News e os seus comentários anteriores “deixam claro que ele acredita que está acima da lei”.
“Agora, Trump está afirmando que tinha 'todo o direito' de interferir nas eleições de 2020. Ele não tinha”, disse um porta-voz da campanha de Kamala no comunicado.