Médico admite que tentou matar namorado da mãe com falsa vacina de covid
Um médico britânico se declarou culpado nesta segunda-feira de um plano audacioso, mas fracassado, para matar o parceiro de sua mãe com uma vacina falsa contra a covid-19, que envolveu a falsificação de documentos médicos e um disfarce para injetar veneno em sua vítima.
Thomas Kwan, de 53 anos, se passou por enfermeiro e chegou a medir a pressão arterial de sua própria mãe antes de administrar veneno no parceiro dela, Patrick O'Hara, em Newcastle, no norte da Inglaterra.
O'Hara sobreviveu, mas sofreu de facite necrosante, uma infecção bacteriana potencialmente fatal, depois de receber a injeção, segundo os promotores.
Kwan, um médico de família em Sunderland, se declarou culpado de tentativa de homicídio nesta segunda-feira, pouco depois do início de seu julgamento na semana passada, informou o tribunal.
Ele já havia se declarado culpado anteriormente no indiciamento por administração de substância nociva. Kwan receberá a sentença em 17 de outubro.
O promotor Peter Makepeace disse aos jurados no primeiro dia do julgamento, na quinta-feira: "Às vezes, talvez ocasionalmente, a verdade realmente é mais estranha do que a ficção".
Ele disse que Kwan estava preocupado com o testamento de sua mãe, que previa que a casa dela seria herdada por O'Hara se ele ainda estivesse vivo quando sua mãe morresse.
"O sr. Kwan usou seu conhecimento enciclopédico e sua pesquisa sobre venenos para executar seu plano", disse Makepeace.
"Esse plano era se disfarçar de enfermeiro comunitário, comparecer ao endereço do sr. O'Hara, a casa que ele dividia com a mãe do réu, e injetar nele um veneno perigoso sob o pretexto de administrar uma vacina de reforço contra covid".
Kwan se registrou em um hotel com um nome falso, usou placas falsas em seu carro e se disfarçou com uma peruca para executar o plano, acrescentou Makepeace.
A Promotoria do Reino Unido (CPS) disse que O'Hara havia sido injetado com "uma toxina ainda não confirmada, causando lesões que mudaram sua vida".
Christopher Atkinson, chefe da Unidade de Casos Complexos do CPS para o nordeste do país, disse: "Embora o atentado contra a vida de sua vítima não tenha sido bem-sucedido, os efeitos foram catastróficos".
"Em um momento em que Kwan poderia ter ajudado a equipe médica identificando essa substância, ele não fez nenhum comentário às perguntas feitas a ele no interrogatório policial, permitindo que a saúde da vítima se deteriorasse ainda mais", acrescentou.