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Haddad espera para novembro sabatina de diretores indicados para o BC

09/10/2024 09h14

(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que espera que os indicados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para chefiar diretorias do Banco Central sejam sabatinados pelo Senado em novembro.

Em conversa com jornalistas em Brasília, um dia depois da aprovação pelos senadores da indicação do atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, para presidir a autoridade monetária, Haddad também afirmou que o futuro presidente da autarquia deve levar em breve sugestões de indicações a Lula.

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"O Galípolo ficou de, ato contínuo à sabatina, levar ao presidente Lula alguns nomes, uma vez que é ele quem indica para o Senado, para que esses nomes sejam sabatinados", disse Haddad, acrescentando que há uma "preocupação de gênero no BC", numa possível sinalização de que ao menos uma mulher pode estar entre as indicações.

"Nós imaginamos que em novembro seja possível sabatinar. Nós vamos primeiro submeter os nomes ao presidente para depois levar ao senador Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) as indicações para que ele possa fixar uma data junto à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos da Casa) e depois ao plenário."

Lula deverá indicar os titulares das diretoria de Política Monetária -- cujo comando Galípolo deixará em janeiro para assumir a presidência do BC --, de Regulação e de Relacionamento.

Uma fonte familiarizada com o assunto, que falou sob anonimato porque o assunto não é público, mencionou que alguns nomes estão sendo considerados, destacando Roberto Paris, diretor executivo do Bradesco, com experiência na tesouraria do banco. Uma segunda fonte disse que Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, e Marcello Negro, assessor especial do Ministério da Fazenda que já chefiou a tesouraria do Banco Fator, também estão na lista. Negro trabalhou no Fator durante o período em que Galípolo era presidente do banco. O Ministério da Fazenda, o Banco Central e o Bradesco não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. A primeira fonte acrescentou que Gilneu Vivan, atual chefe do departamento de Regulação do Sistema Financeiro, está entre os candidatos a diretor de Regulação, cargo atualmente ocupado por Otavio Damaso. Juliana Mozachi, chefe do departamento de Supervisão de Conduta, é uma forte candidata a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, substituindo Carolina Barros, acrescentou a fonte. A Reuters noticiou pela primeira vez em agosto que Honorato, Vivan e Mozachi estavam na corrida.

INFLAÇÃO

Haddad também comentou em sua fala os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, divulgados mais cedo, com alta de 0,44%, ante uma expectativa apontada em Pesquisa Reuters de 0,46%. Em 12 meses, o índice de inflação referência para o regime de metas acumulou avanço de 4,42%, ante expectativa de 4,43%.

A meta de inflação é de 3% medida pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que coloca o acumulado de 12 meses em setembro próximo ao teto da meta.

Em sua última reunião no mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu por unanimidade elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, em um provável início de um novo ciclo de aperto monetário, dado que a expectativa de agentes financeiros é de nova elevação na próxima reunião do colegiado em novembro.

Na avaliação do ministro, os números do IPCA mostram que os núcleos da inflação estão controlados, embora a seca atual que atinge o país tenha impactado.

Haddad fez ainda a avaliação de que, "até aqui", a "economia está rodando bem" e "os preços estão controlados",

"A gente está com essa questão da seca. O dado de hoje do IPCA demonstra claramente que os núcleos estão bem comportados, mas que a seca está afetando dois preços que são importantes, que são energia e alimentos. Isso não tem a ver com juro, juro não faz chover", disse Haddad.

"É temporário, não é uma coisa que vai se estender no tempo. Daqui a pouco a chuva chega e as coisas voltam ao normal, os preços voltam ao normal", avaliou.

(Por Marcela Ayres, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)

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