Bombardeios israelenses no centro de Beirute matam 18; fontes dizem que autoridade do Hezbollah foi o alvo

Por Maya Gebeily e Alexander Cornwell

BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) - Ataques israelenses contra o centro de Beirute nesta quinta-feira mataram 18 pessoas e feriram pelo menos 92, disse o Ministério da Saúde do Líbano, e uma fonte de segurança libanesa afirmou que pelo menos uma autoridade do Hezbollah foi alvo das ações.

Uma espessa coluna de fumaça subia ao céu sobre o coração de Beirute, e uma testemunha da Reuters afirmou que pelo menos um ataque atingiu um posto de gasolina em uma área residencial densamente povoada, com apartamentos e pequenos comércios.

Um grande incêndio também era observado, e equipes de resgate usaram tochas para buscar sobreviventes nos escombros, de acordo com uma transmissão pela emissora de televisão Al-Manar, do Hezbollah.

A identidade do alvo do Hezbollah não foi revelada. O bairro não tinha sido previamente atacado por Israel e fica longe dos subúrbios sul de Beirute, quartel-general do grupo apoiado pelo Irã e que tem sido bombardeado repetidamente por Israel.

Israel não comentou imediatamente sobre o ataque, mas o Exército do país emitiu um novo alerta para as pessoas saírem dos subúrbios sul de Beirute na noite desta quinta-feira, inclusive citando prédios específicos.

A força Unifil, da ONU, afirmou que dois de seus soldados ficaram feridos quando um tanque israelense disparou contra uma torre de observação na sede da entidade, em Ras al-Naqoura. A torre foi atingida, fazendo com que os soldados caíssem. Não houve feridos em outros dois incidentes com o grupo, informou uma fonte da ONU.

“Qualquer ataque deliberado contra tropas de manutenção da paz é uma grave violação da lei humanitária internacional”, afirmou a Unifil em comunicado.

A Casa Branca disse que os EUA estão muito preocupados com relatos de que as forças israelenses dispararam contra posições da ONU, e que estão pressionando Israel para que explique os detalhes da ofensiva.

Continua após a publicidade

O setor militar israelense afirmou em comunicado que tropas atuaram na região de Naqoura, “perto de uma base da Unifil”.

"Como consequência, a IDF instruiu as forças da ONU na área a permanecerem em locais protegidos, e depois abriram fogo na região", disse Israel, acrescentando que mantém comunicações rotineiras com a Unifil.

O Hezbollah afirmou que disparou uma salva de mísseis contra as forças israelenses nesta quinta-feira, enquanto elas tentavam retirar vítimas da região de Ras al-Naqoura, e que elas foram diretamente atingidas.

Em Nova York, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que Israel está concentrado em combater o Hezbollah, recomendando que “a Unifil se mova 5 quilômetros para o norte para evitar o perigo no momento que os combates se intensificam”.

Ele acrescentou que “Israel não tem o desejo de estar no Líbano, mas fará o que for necessário “ para expulsar o Hezbollah de perto de sua fronteira norte, para que 70 mil habitantes possam retornar às suas casas.

Os ataques israelenses já mataram pelo menos 2.169 pessoas no Líbano no último ano, afirmou o governo libanês. A maioria foi morta desde 27 de setembro, quando Israel expandiu sua ofensiva.

Continua após a publicidade

Disparos do Hezbollah contra Israel mataram 53 pessoas no mesmo período, mais da metade delas sendo civis, de acordo com autoridades israelenses.

(Reportagem adicional de Michelle Nichols na ONU, Laila Bassam e Amina Ismail em Beirute, Tom Perry em Londres, Maayan Lubell em Jerusalém, Clauda Tanios, Tala Ramadan e Ahmed Elimam em Dubai, Trevor Hunnicutt e Matt Spetalnick em Washington)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.