Rússia diz que Ocidente deve negociar fim da guerra na Ucrânia com base na realidade atual

Por Guy Faulconbridge

MOSCOU (Reuters) - O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, disse nesta quinta-feira, um dia depois de Donald Trump se tornar presidente eleito dos Estados Unidos, que o Ocidente deve aceitar que a Rússia está vencendo a guerra na Ucrânia e negociar o fim dela.

As forças de Moscou estão avançando em seu ritmo mais rápido desde as primeiras semanas da guerra que já dura dois anos e meio.

Durante a campanha eleitoral, Trump disse que poderia trazer a paz para a Ucrânia em 24 horas, mas deu poucos detalhes sobre como tentaria fazer isso.

Shoigu, um aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que foi ministro da Defesa de 2012 até que Putin o transferiu em maio, disse que o Ocidente tentou usar a Ucrânia para infligir uma derrota estratégica à Rússia, mas não conseguiu.

"Agora, quando a situação no teatro de operações militares não é favorável ao regime de Kiev, o Ocidente se depara com uma escolha -- continuar financiando-o e destruindo a população ucraniana, ou reconhecer as realidades atuais e começar a negociar", disse Shoigu.

Em 14 de junho, Putin estabeleceu seus termos para o fim da guerra: a Ucrânia teria que abandonar suas ambições de ingressar na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e retirar suas tropas de todo o território de quatro regiões reivindicadas por Moscou.

A Rússia controla a Crimeia, que tomou e anexou unilateralmente da Ucrânia em 2014, cerca de 80% do Donbas -- uma área produtora de carvão e aço que compreende as regiões de Donetsk e Luhansk -- e mais de 70% das regiões de Zaporizhzhia e Kherson.

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A Ucrânia, que tem o apoio dos Estados Unidos e das potências europeias, rejeitou as condições de Putin, mas Trump disse que tem prioridades diferentes das de Joe Biden, que insistiu que a Ucrânia deveria decidir quando e como negociar.

A posição oficial de Kiev é que não descansará até que todos os soldados russos sejam expulsos de seu território.

O Wall Street Journal noticiou que a equipe de transição de Trump propôs que Kiev prometesse não entrar na Otan por 20 anos em troca de Washington concordar em armar fortemente o país para impedir um ataque russo.

A Rússia diz que não fará comentários sobre as reportagens da mídia e que precisaria ver os detalhes de qualquer plano antes de comentar.

O Kremlin reagiu com cautela na quarta-feira, depois que Trump venceu a eleição presidencial, dizendo que os EUA ainda são um Estado hostil e que só o tempo dirá se sua retórica sobre o fim da guerra se traduziria em realidade.

A Reuters informou em maio que Putin está pronto para interromper a guerra com um cessar-fogo negociado reconhecendo as linhas atuais do campo de batalha, mas também está preparado para continuar lutando se Kiev e o Ocidente não respondessem.

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