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Jack Teixeira, que vazou informações do Pentágono, é condenado a 15 anos de prisão nos EUA

Jack Teixeira Imagem: Reprodução

Nate Raymond;

Boston

12/11/2024 18h42Atualizada em 12/11/2024 20h31

Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts, foi condenado nesta terça-feira a 15 anos de prisão por vazar documentos militares altamente confidenciais na internet, incluindo registros relacionados à guerra da Rússia na Ucrânia.

Teixeira, 22 anos, foi sentenciado pela juíza distrital dos EUA Indira Talwani, em Boston, depois de se declarar culpado de perpetrar o que os promotores dos EUA chamam de "uma das violações mais significativas e consequentes da Lei de Espionagem na história norte-americana".

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Teixeira, que permaneceu sob custódia desde sua prisão em abril de 2023, declarou-se culpado em março de seis acusações de retenção e transmissão intencionais de informações confidenciais relacionadas à defesa nacional por causa de um vazamento no ano passado de um conjunto de documentos confidenciais para um grupo de gamers no aplicativo de mensagens Discord.

Antes de sua sentença, Teixeira também entrou em um acordo por escrito para resolver acusações militares separadas feitas pela Força Aérea de que ele obstruiu a justiça e não obedeceu a uma ordem legal, disse o advogado de defesa Michael Bachrach no tribunal. Ele deveria ter sido submetido a uma corte marcial em março.

Antes de ser preso, Teixeira era aviador de 1ª classe na Base da Guarda Nacional Aérea de Otis, em Cape Cod, Massachusetts, onde trabalhava como journeyman de operações de defesa cibernética ou especialista em suporte de tecnologia da informação.

Apesar de ser um aviador de baixo escalão, Teixeira tinha autorização de segurança ultrassecreta e, a partir de janeiro de 2022, começou a acessar centenas de documentos confidenciais relacionados a tópicos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, de acordo com os promotores.

Teixeira compartilhou informações confidenciais no aplicativo de bate-papo Discord em servidores privados se gabando de ter acesso a "coisas para Israel, Palestina, Síria, Irã e China", segundo os promotores.

Ele o fez apesar de seus superiores o terem repreendido duas vezes em 2022 pelo manuseio de informações confidenciais e o advertido contra se engajar profundamente com informações de inteligência, disseram os promotores.

Seus vazamentos incluíam informações sobre o fornecimento de equipamentos para a Ucrânia e como eles seriam usados, após a invasão russa em 2022.

Os advogados de Teixeira, em documentos judiciais, disseram que ele "lamenta sinceramente as decisões que tomou e os danos que causou", e pediram a Talwani que impusesse apenas uma pena de 11 anos.

Eles disseram que a intenção do jovem autista e isolado nunca foi prejudicar os EUA, mas educar os amigos que ele fez online sobre os eventos mundiais, inclusive a guerra na Ucrânia.

"Eu queria saber o máximo possível sobre o assunto, porque achava que era provavelmente o maior - provavelmente o maior evento ou coisa que aconteceu na história da minha geração", disse Teixeira em fevereiro durante uma sessão de interrogatório com a comunidade de inteligência, de acordo com os documentos do tribunal.

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