Homens armados atacam hospital no Haiti e violência não dá sinais de diminuir
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Homens armados atacaram e destruíram parcialmente um hospital em Porto Príncipe, capital do Haiti, disse um diretor de hospital à Reuters na terça-feira, em meio a uma onda de violência que levou a organização Médicos Sem Fronteiras a suspender suas operações no Haiti no mês passado.
Os homens incendiaram o hospital Bernard Mevs na noite de segunda-feira, destruindo quatro salas de cirurgia e todos os equipamentos de laboratório, disse o diretor do hospital, que pediu para não ser identificado.
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Nenhum paciente ou funcionário foi ferido no ataque porque o hospital havia sido esvaziado após ameaças de um líder de gangue local.
A agência de assuntos humanitários da ONU alertou neste ano que o sistema de saúde do Haiti estava "quase em colapso", com a violência cada vez mais colocando em perigo médicos e serviços médicos.
Mais tarde na terça-feira, o governo interino do Haiti disse em um comunicado que "condena veementemente" o ataque ao hospital, acrescentando que recursos serão fornecidos para permitir que a instalação retome as operações, prometendo enviar a polícia para garantir sua segurança.
No mês passado, o grupo de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras foi forçado a interromper temporariamente as operações em Porto Príncipe após um ataque a uma de suas ambulâncias e subsequente assédio e ameaças da polícia. A organização retomou parcialmente as operações na semana passada.
O hospital confirmou, por meio de uma mensagem na plataforma de mensagens WhatsApp, que havia sofrido um ataque.
O governo haitiano, dilacerado por disputas políticas internas, tem se esforçado para conter o crescente poder das gangues na capital e em seus arredores. Os grupos armados são acusados de assassinatos indiscriminados, estupros, sequestros com resgate e de alimentar a escassez de alimentos.
(Reportagem de Harold Isaac e Aida Pelaez-Fernandez)