Presidente da Câmara de Boa Vista é preso por suspeita de compra de votos
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (20), o presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-Geral da PM de Roraima, coronel Francisco das Chagas Lisboa, em uma ação por suspeita de compra de votos com apoio do tráfico de drogas.
Para a ação ilegal, segundo a apuração, ao menos R$ 1 milhão teria sido utilizado na compra de votos.
Segundo a PF, a Operação Martellus tem como objetivo "desarticular uma associação criminosa constituída durante o período eleitoral de 2024". Para isso, cumpre 18 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima.
A PF aponta que o vereador Genilson seria o líder do esquema e contava com apoio de agentes públicos, incluindo o subcomandante da PM, que o manteria informado sobre denúncias recebidas sobre a compra de votos investigada.
Ainda segundo a PF, o presidente da Câmara possuía um grupo em aplicativo de mensagens onde os envolvidos fariam prestação de contas sobre o esquema.
O inquérito policial aponta que o vereador, que já foi investigado em outros momentos por diversos crimes, teria recebido patrocínio do tráfico para o exercício de suas atividades parlamentares, inclusive, para a disputa à presidência da casa legislativa municipal.
Nota da PF
Outro lado: o UOL enviou mensagem para assessoria de Genilson Costa e aguarda retorno. A coluna tenta localizar a defesa do coronel Francisco das Chagas.
Início da apuração
A investigação ao grupo teve início após a prisão em flagrante de dez pessoas no dia 5 de outubro, véspera da eleição, por suspeita de crime de corrupção eleitoral.
Segundo a PF, um homem apontado como líder de campanha de Genilson teria cooptado eleitores para votar no candidato; em contrapartida, pagava valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150.
No dia 6 de outubro, uma busca e apreensão conduzida pela PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando com a prisão em flagrante do vereador pela suspeita dos crimes de corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro e por ter ouro em sua forma bruta em sua residência —o que é crime.
Na ocasião, após a prisão, o candidato foi liberado por um habeas corpus.
Os investigados podem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.
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