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Nova eleição na Síria pode demorar até quatro anos, diz Ahmed al-Sharaa

O novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, em encontro com lideranças libanesas em Damasco Imagem: AFP

Hatem Maher;Menna AlaaElDin;

Cairo - Egito

29/12/2024 12h36Atualizada em 29/12/2024 13h04

A realização de eleições na Síria pode levar até quatro anos, disse o líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, em entrevista que deve ser transmitida neste domingo, na primeira vez em que ele comenta um possível cronograma eleitoral desde que Bashar al-Assad foi deposto, no início deste mês.

A elaboração de uma nova Constituição pode levar até três anos, disse Sharaa em trechos escritos da entrevista com a emissora estatal saudita Al Arabiya, que será transmitida ainda no domingo. Ele também disse que levará cerca de um ano para os sírios verem mudanças drásticas.

As declarações de Sharaa, que lidera o grupo Hayat Tahrir al-Sham que depôs Assad em 8 de dezembro, vêm enquanto o novo governo em Damasco tem procurado tranquilizar seus vizinhos de que se afastou de suas raízes na militância islamista.

A rápida campanha do grupo encerrou uma guerra civil de 13 anos, mas deixou uma série de questionamentos sobre o futuro de um país multiétnico que, anteriormente, foi mantido unido por décadas de governo autoritário da família Assad, e onde outros países, incluindo Turquia e Rússia, têm interesses fortes e potencialmente concorrentes.

Enquanto as potências ocidentais em grande parte receberam bem o fim do governo da família Assad na Síria, ainda não está claro se o grupo irá impor um regime islâmico estrito ou mostrar flexibilidade e caminhar em direção à democracia.

Sharaa disse que o HTS, anteriormente conhecido como Frente al-Nusra, será dissolvido em uma conferência de diálogo nacional.

O grupo já foi afiliado ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda, mas desde então renunciou a ambos e procurou se reposicionar como uma força pela moderação.

Ele prometeu, repetidas vezes, que vai proteger grupos minoritários que temem que os novos governantes possam tentar impor um governo islamista e alertou contra tentativas de incitar conflitos sectários.

Na entrevista, Sharaa disse que a Síria compartilha interesses estratégicos com a Rússia, uma aliada próxima de Assad durante a longa guerra civil que tem bases militares no país, reiterando sinais conciliatórios que seu governo já havia feito anteriormente.

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