Líbano espera manter 'relações de vizinhança' com novo governo da Síria
O Líbano disse nesta quinta-feira que está ansioso para ter as melhores relações de vizinhança com a Síria após a queda de Bashar al-Assad abrir caminho para uma nova era em relações frequentemente turbulentas entre os dois vizinhos.
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, transmitiu a mensagem - a primeira de Beirute para a nova administração em Damasco - ao seu colega sírio Asaad Hassan al-Shibani em uma ligação telefônica, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Líbano.
Os laços entre Damasco e Beirute têm sido frequentemente tensos desde que ambos se tornaram Estados independentes na década de 1940.
O grupo islâmico xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, desempenhou um papel importante no apoio a Assad durante a guerra civil da Síria, lutando contra os insurgentes islâmicos sunitas que finalmente o derrubaram em 8 de dezembro e nomearam o novo governo em Damasco.
Antes disso, o Estado sírio, liderado pela dinastia Assad, havia dominado o Líbano por 15 anos após o fim da guerra civil libanesa de 1975-90, controlando efetivamente a política libanesa até 2005 - influência à qual muitos libaneses se opuseram, embora outros tenham apoiado o papel da Síria.
O assassinato do libanês Rafik al-Hariri em Beirute em 2005 provocou protestos em massa no Líbano e uma pressão ocidental que forçou a retirada da Síria do país vizinho.
Uma investigação internacional inicial implicou figuras sírias e libanesas de alto escalão no assassinato.
Embora a Síria tenha negado envolvimento, o ex-vice-presidente sírio Abdel-Halim Khaddam afirmou que Assad havia ameaçado Hariri meses antes - uma acusação que Assad negou.
Quinze anos depois, um tribunal apoiado pela ONU condenou três membros do Hezbollah à revelia pelo assassinato. O Hezbollah nega qualquer participação.
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