Topo

Trump perde tentativa de adiar sentença em caso de suborno enquanto recorre

06/01/2025 20h27

Por Luc Cohen

NOVA YORK (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fracassou nesta segunda-feira na tentativa de adiar sua sentença na próxima sexta-feira por ter sido condenado criminalmente em um caso decorrente de um pagamento pelo silêncio de uma estrela pornô.

Relacionadas

Citando tanto a imunidade presidencial quanto as exigências da iminente posse de Trump em 20 de janeiro, seus advogados disseram na manhã desta segunda-feira que a intenção do juiz Juan Merchan de não penalizar Trump era "sem importância".

"As violações da imunidade presidencial não podem ser ignoradas em favor de uma sentença apressada antes da posse", escreveram os advogados em um documento judicial.

Em uma decisão por escrito mais tarde nesta segunda, Merchan disse que a moção de Trump era, em sua maior parte, "uma repetição dos argumentos que ele levantou inúmeras vezes no passado". O juiz se recusou a adiar a sentença de Trump marcada para 10 de janeiro, uma data que ele havia definido na semana passada.

Ao marcar a sentença de Trump para sexta-feira, o juiz observou na semana passada que não estava inclinado a mandar Trump para a prisão. Ele escreveu que uma sentença de exoneração incondicional, efetivamente colocando um julgamento de culpa em seu registro sem multa ou liberdade condicional, seria a abordagem mais prática, dada a iminente posse de Trump.

O juiz disse que Trump, de 78 anos, pode comparecer à sua audiência de sentença de forma presencial ou virtual.

Em sua petição desta segunda-feira, os advogados de Trump Todd Blanche e Emil Bove pediram a Merchan que adiasse a sentença de Trump enquanto os recursos são julgados. Qualquer atraso tornaria improvável que Trump fosse sentenciado antes de sua posse em 20 de janeiro.

Republicano, Trump argumenta há muito tempo que o promotor distrital de Manhattan, o democrata Alvin Bragg, apresentou o caso para prejudicar sua campanha de reeleição. Bragg disse que seu gabinete rotineiramente apresenta acusações criminais de falsificação de registros comerciais -- a acusação que Trump enfrentou no caso.

Os promotores do gabinete de Bragg pediram a Merchan que negasse o pedido de Trump de adiar a sentença.

"A balança de equidades pesa fortemente a favor do Povo, dado o forte interesse público em um processo rápido e na finalidade dos procedimentos criminais", escreveram os promotores na tarde desta segunda-feira.

O caso teve origem em um pagamento de 130.000 dólares feito pelo ex-advogado de Trump Michael Cohen à atriz de filmes adultos Stormy Daniels para mantê-la em silêncio sobre um encontro sexual que ela disse ter tido com Trump, que nega.

Depois de um julgamento de seis semanas no tribunal criminal estadual de Manhattan, um júri considerou em maio Trump culpado de 34 acusações de falsificação de registros para mascarar o pagamento antes da eleição de 2016.

O caso fez de Trump o primeiro presidente dos EUA -- em exercício ou ex-presidente -- a ser acusado e condenado por um crime. Desde o veredicto, seus advogados fizeram duas tentativas sem sucesso de anular o caso.

Merchan já havia rejeitado o argumento de que a decisão da Suprema Corte dos EUA, em julho, em um processo criminal separado contra Trump, de que presidentes não podem ser processados por atos oficiais, significava que o caso de suborno deveria ser arquivado. Merchan decidiu que o caso de suborno dizia respeito à conduta pessoal de Trump.

Depois que Trump foi reeleito, seus advogados argumentaram que o fato de o caso pairar sobre ele enquanto presidente impediria sua capacidade de governar. Merchan negou essa tentativa, escrevendo que anular o veredicto do júri seria uma afronta ao Estado de Direito.

(Reportagem de Luc Cohen)

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Trump perde tentativa de adiar sentença em caso de suborno enquanto recorre - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias