Maduro tomará posse para 3º mandato na Venezuela e líder da oposição promete voltar ao país
(Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujos quase 12 anos no cargo foram marcados por uma profunda crise econômica e social, será empossado para um terceiro mandato nesta sexta-feira, permanecendo no poder apesar de uma disputa de seis meses sobre a eleição presidencial de julho e dos apelos internacionais para que ele se afaste.
Maduro, presidente desde 2013, foi declarado vencedor da eleição de julho pela autoridade eleitoral venezuelana e pelo tribunal superior da Venezuela, embora as atas das apurações detalhadas que confirmariam sua vitória nunca tenham sido publicadas.
A oposição venezuelana afirma que as atas das urnas mostram uma vitória esmagadora de seu candidato Edmundo González, que é reconhecido como presidente eleito por vários governos, inclusive os Estados Unidos. Os observadores eleitorais internacionais disseram que a votação foi injusta.
Nos meses que se seguiram à eleição, González fugiu para a Espanha em setembro, sua aliada Maria Corina Machado se escondeu na Venezuela e houve detenções de figuras importantes da oposição e de manifestantes.
González, que esteve em uma turnê pelas Américas esta semana, disse que retornará à Venezuela para assumir o cargo de presidente, mas não deu detalhes.
O governo, que acusou a oposição de fomentar conspirações fascistas contra ele, disse que González será preso se retornar e ofereceu uma recompensa de 100.000 dólares por informações que levem à sua captura.
Tanto González quanto Machado estão sendo investigados pelo gabinete do procurador-geral por suposta conspiração, mas apenas González tem um mandado público de prisão.
A primeira aparição pública de Machado desde agosto em uma marcha contra o governo em Caracas, na quinta-feira, foi marcada por uma breve detenção.
Seu movimento político disse que houve disparos de armas e que Machado foi derrubada da motocicleta em que estava saindo do evento. Ela foi então detida e forçada a filmar vários vídeos, segundo o movimento.
"Agora estou em um lugar seguro e com mais determinação do que nunca para continuar com vocês até o fim!", disse ela, que foi impedida de concorrer às eleições, em uma postagem no X após sua libertação.
O governo zombou do incidente e negou qualquer envolvimento, dizendo que a oposição o havia orquestrado para gerar apoio a Machado.
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